elza fraga 15 de julho de 2021

[email protected]
tempoinverso.blogspot.com.br
contosincantos.blogspot.com.br
versoinverso.blogspot.com.br

Pensava em como era bom o tempo em que se acreditava nas coisas, nas pessoas, na previsão do tempo, nas estações do ano obedecendo as regras.
Tudo corria nos trilhos da normalidade, sempre floria na primavera, o outono nos atapetava o chão, o inverno congelava nariz e o verão, ah… esse trazia cheiro de sal e maresia.
Havia sempre sol no firmamento.

E se acreditava em tudo porque tudo era previsível e ordenado, o mundo era um menino comportado, a vida da gente tinha cheiro de mexerica madura, de alfazema espremida nos dedos, de cravo mastigado, do medo acelerando o coração no susto de um diário encontrado espalhando nossos segredos pelo chão.
A paixão pelo professor de história, o garoto feio sempre querendo roubar um beijo, e a gente se sentindo a mocinha dentro de um filme igual ao do cinema nas matinês.

Agora é cada qual com seu problema, não existe mais verdade, tudo vem com sabor de falsidade, o mundo ficou todo enrolado, a vida parece mais novelo em pata de gato,
não há como desembaraçar o enredo.
E a gente segue só o errado, porque o lado certo foi exilado pro fim do arco íris, só os gnomos sabem o caminho.

Não há mais um carinho verdadeiro, um amigo fiel, um ouvido que escute confidências e as esqueça, um amor que dure a vida inteira e nos aqueça.
Tudo está exposto na internet, até às traições viram manchetes.

Criaram divisões, tem homens e mulheres de todo o jeito e denominação.
Estragaram o planetinha de uma tal maneira que estou apagando minhas pegadinhas, pegando minhas panelinhas, saltando fora dessa brincadeira.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]