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Agora nem é adeus, ano velho, gorado ovo,
nem feliz ano novo, por ser o mesmo de novo.
nem pensamos em dinheiro entre carência e carestia
saúde continua na ordem do dia
viver é sempre o mesmo risco
pra mim que tô de Chico.

Aqui no Brasil tão jogando futebol
ainda tem samba e choro, mas acabou o rock’n’roll
a coisa aqui continua preta
só negação e a velha mutreta
com teimosia e pirraça sobrevivo
porque tô de Chico.

O beija-flor bicou a flor
e a fauna-flora gritou de amor
quem segura o porta-estandarte da arte
passa com raça, o maracatu e parte
da lama ao caos, do caos à lama, bico
porque eu tô de Chico.

Peço a proteção de Deus, sim
da bondade da pessoa ruim
não sei onde o caminho termina
mas sigo olhando e vendo nessa sina
só não esqueço do meu sexto sentido
porque eu tô de Chico.

Muito irritado sigo nesse andar
quase mandando todo mundo se catar
nesse tempo troncho eu me despenteio
porque eu já tô de saco cheio
mas se ainda resisto
é porque eu ainda tô de Chico.

E se o Amor me vier agônico
eu insisto no meu canto atômico
sou um negro velho novo
com ascendente no povo
e como pequi, arroto likes e sigo
porque eu tô de Chico.
(Porque eu sou Chico)

(Letra feita em homenagem aos grandes Franciscos brasileiros: Francisco Alves, Chico Buarque, Chico Science, Chico César, Chico Fran e Chico Chokolate, e musicada pelo não Francisco, mas gênio, Lucimar Pereira Dos Santos)

Obs: O autor é Jornalista e Gestor Cultural.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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