15 de junho de 2021
Do tempo de seminário
Era o ano de 1970 em São João Del Rei MG, era seminarista e fazia o 4º ano de filosofia e o 3º de pedagogia; o 4º ano era de manhã e somente com os seminaristas mas o curso de pedagogia era de noite com o pessoal externo da faculdade; a maioria do pessoal da noite era de mulheres; homens quase somente os seminaristas. Num intervalo da aula da noite, Antonieta (uma evnagélica que morava no colégio das irmãs salesianas) puxa uma cadeira e se senta ao meu lado; tem na mão um papel em branco e diz: – Moura vou fazer aqui um desenho pra você interpretar; respondi: – combinado. Então ela desenhou bem grande BU + (o desenho de uma seta feito à mão) dizendo interprete; timidamente eu comecei BUUUUU-seta; ela dizia Moura mais alto; a classe inteira quase silenciosa olhava pra mim e eu, quase gritando continuava BUUUUU-seta; Antonieta continuava: mais alto ainda, vai vai! E eu sem nada entender mandava brasa: BUUUU-seta. Não entendia porque todos riam e olhavam prá mim. Desconfiado, depois que tudo passou, me aproximei de Rui Feitosa e, baixinho perguntei prá ele por que riam; ele respondeu: BUUUU-seta é o nome do órgão genital feminino; eu não sabia; no seminário ninguém nunca me falou; eu conhecia o outro nome. Pense na vergonha que passei!
Obs: O autor é Mestre em Educação pela Université du Québec à Hull (Canadá), professor da Unicap e da Fafire e presidente da Comissão de Pastoral para a Educação da Arquidiocese de Olinda e Recife.