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O CD pulava no rádio, fazendo o cantor engasgar nas mesmas sílabas, a música parada naquele instante onde a melodia se perde e a repetição torna-se irritante.
E eu não sabia porque não desligava o rádio. Na verdade, não sabia porque tinha o ligado, de princípio; tão mais fácil ouvir outras mídias.
A verdade é que só parte de mim notou a repetição desnecessária, a outra concentrava-se em outras repetições, mais irritantes e recorrentes.
Queria mesmo era salvar o mundo.
Salvá-lo de quem?, você pergunta. Não sei bem. Não sei nem se ele quer ser salvo, mas é a vontade que dá. Bem essa vontade,: de sair e mudar o mundo, salvar todo mundo. Da fome e da miséria, da guerra, da tristeza, da dor, da solidão.
Tão só, esse pensamento. Não tem eco, como a voz do homem no rádio. Pula na mesma nota, sem passar adiante.
Fazer o que, levantei e desliguei o rádio. 01.04.13