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Uma boa notícia da Amazônia brasileira é que está chovendo bastante e as plantas ficam alegres e florescentes. Uma notícia mais ou menos boa para os idosos de mais de 60 anos e os indígenas da Amazônia, é que 18 por cento da população dessa idade já receberam a primeira dose da vacina salvadora. Quanto aos outros cidadãos brasileiros não se sabe quando serão vacinados. Isto porque o governo federal cria obstáculos para chegada de vacinas da Rússia e insumos da China.
Já notícias ruins aumentam cada dia. No Estado de Roraima, vizinho da Venezuela, onde moram mais de 27 mil indígenas Yanomamis, a situação é desastrosa. Garimpeiros ilegais estão livres por parte do governo federal para agredir e matar indígenas e roubar ouro. Na última terça feira criminosos atiraram até contra a polícia Federal. Policiais estavam investigando tiroteio havido no dia anterior entre garimpeiros e indígenas. Na troca de tiros morreram três garimpeiros e um indígena ficou ferido.
Dois são os motivos para essas agressões contra os indígenas. Uma, é que os garimpeiros avançam em busca de ouro de todo jeito. E outra, o governo federal que não respeita os povos originários e deixa os garimpeiros livres para avançar nos territórios indígenas.
Tal irresponsabilidade governamental não está só no caso do povo Yanomami, mas também com agressões de garimpeiros ao povo Munduruku no Estado do Pará. Ministro do meio ambiente Ricardo Salles apoia explicitamente as invasões de garimpeiros. Os garimpeiros geram divisão entre o próprio povo. Há poucas semanas, 77 caciques Munduruku realizaram uma assembleia. Povo guerreiro, as lideranças escreveram uma carta ao presidente Bolsonaro e ao povo brasileiro, avisando que esse projeto do governo está matando seu povo. Afirmam eles que o presidente da república não os representa, primeiro ele tem que respeitar os povos indígenas e suas culturas. O dever do Estado é proteger e não incentivar a invasão dos garimpeiros em seus territórios.
Notícia para Red Pan 12.05.2021
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.