Dirceu Benincá 15 de maio de 2021

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Paulo Freire, patrono da educação brasileira, vive no pensamento e nas práticas dos que cultivam a salutar teimosia de lutar por um mundo melhor, mais justo, saudável e sustentável; mais solidário, democrático, justo, respeitoso e fraterno entre todos.

Em 19 de setembro de 2021 comemoramos 100 anos do nascimento do pernambucano Paulo Reglus Neves Freire. Ontem (02 de maio) completou 24 anos de seu falecimento. Sua vida e obra marcaram significativamente a história da educação brasileira e do mundo. Seu pensamento continua atual e necessário.

Embora muitos queiram ignorar, desmerecer ou extirpar sua obra, a sua influência foi e segue sendo de grande importância quando se pretende que a educação seja verdadeiramente libertadora e humanizadora.

Sua principal obra, “Pedagogia do Oprimido”, foi escrita no exílio (Chile) em 1968. Em 2013, em São Paulo tive a alegria de receber do meu orientador, professor José Eustáquio Romão, alguns exemplares do fac-símile do manuscrito. A publicação, no Brasil, do fac-símile foi possível graças ao grande empenho do professor Romão, atualmente secretário geral de todos Institutos Paulo Freire do mundo.

Na ocasião, estava presente o ex-Ministro da Agricultura do governo de Salvador Allende, Jacques Chonchol (foto), com 94 anos de idade, na casa de quem Paulo Freire teria escrito “Pedagogia do Oprimido” e com o qual deixou os manuscritos antes de partir para os Estados Unidos (Universidade de Harvard) e Genebra, onde foi trabalhar no Conselho Mundial de Igrejas.

Segundo levantamento feito pelo projeto Open Syllabus, o livro Pedagogia do Oprimido está entre os 100 livros mais pedidos em universidades de língua inglesa pelo mundo. A obra foi (em 2016) a única do Brasil a entrar nesta lista. No campo de Educação, o livro ficou em segundo lugar entre os mais pedidos.

Obs: Imagem do autor:
O senhor de jaqueta escura é o Prof. José Eustáquio Romão. Ele foi colega de Paulo Freire, um dos fundadores do Instituto Paulo Freire de São Paulo e atualmente secretário geral de todos os Institutos Paulo Freire espalhados pelo mundo. É também coordenador do Curso de Pós-graduação em Educação (mestrado e doutorado) da Universidade Nove de Julho (UNINOVE) em São Paulo. Por uma feliz sorte, foi meu supervisor no pós-doutorado que fiz em Educação, quando pesquisei sobre Universidade Popular.

No meio sou eu, Dirceu Benincá, professor na Universidade Federal do Sul da Bahia, no campus Paulo Freire em Teixeira de Freitas/BA e coordenador do Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades no mesmo campus. 

O outro senhor de jaqueta beje é Jacques Chonchol, ex-diretor do Instituto de Desenvolvimento da Agricultura (INDAP) e ex-ministro da Agricultura (Chile) do governo de Salvador Allende Gossens. Jacques acolheu Paulo Freire em sua casa em Santiago do Chile, quando o nosso educador teve de se exilar. Foi na residência dele que Paulo Freire escreveu o livro Pedagogia do Oprimido. 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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