1 de maio de 2021
Não quero ser nada.
Quero ser tudo,
entre o nada ser e o ser tudo,
equilibro-me na periferia do compasso
do ínfimo que me afoga.
Nada é pouco para o muito que existe.
Nada é maior do que o que sinto por você.
O nada se confunde com esse vento gemedor,
que me traz seu nome em eco,
Em nada escrito nele.
O nada me faz refletir,
que o abismo desse amor
reverbera em batidas que dizem:
Eu lhe amo, eu lhe amo,
e nada é capaz de acabar
com esse som,
repetido à exaustão.
Nessa mágoa infinda,
sem acalento na vida,
percebo, que nada me fará
desistir de lhe querer
e na minha insônia, sem par,
embebedo minha alma,
Metamorfose do meu eu
para pensar que sou nada,
sem você na minha vida.
Obs: A autora, Maria Lucia de Araújo Nogueira, é advogada.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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