15 de março de 2021
Esconde-se o sorriso
Os ombros caem
A coluna se dobra
O sangue desaparece da face
Sobe um frio na barriga
A boca seca
O coração acelera
As mãos ficam frias
Urnas cheias de morte
Urnas sem esperança
Urnas longe do choro
Urnas sem rosto
Urnas elegeram o mal
Lamento pela paciência
Lamento pela insistência
Lamento pela fome
Lamento pela dor
Lamento pelo horror
Segue firme o cortejo fúnebre
De uma gente que se acomoda
Com o grito emudecido pelo medo
Com a dor da existência
De quem insistiu em ser nada
Só sobrou o lamento
Para contar a história
De quem acreditou
Na possibilidade do Amanhã.
Imperatriz, 29 de janeiro de 2021
Obs: O autor é escritor, poeta, advogado, Especialista em Gestão Ambiental de Cidades e Mestre em Gestão e Planejamento Ambiental.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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