Se navego por entre as pedras
cortantes de um leito
de rio que secou,
Se perambulo nas areias
perdidas de um deserto
abandonado,
Se mergulho nas águas
sujas de um lago
esquecido pela vida,
Se cantando sozinho
num matagal extenso
estou,
Quero encontrar
Quem sabe talvez
Alguém que um dia
Me sorriu tristonha
Em seguida…
Sem me desviar o olhar
Desapareceu no bosque sombrio
Da vida que ainda era em mim
Nada falou
Mas tudo me disse
Em seus olhos
Senti, sei que morava
a ânsia da rejeição
Pra mim era mais que
uma abandonada qualquer
que se escondia na vida
Pois falava de algo profundo
que precisa ser mais
que amado
Era tão simples
não se vestia de púrpura
nem usava cordões de ouro
brincos ou pulseiras de
diamantes
Se cobria com a natureza
Trazia em seu corpo o perfume
da flor mais bonita encontrada
no compasso dos sentimentos
campos serenos das manhãs de
primavera.
Cabelos longos e negros
ornavam-se com rosas brancas
Tua pureza que em embebeda
Seduz e reluz
Era u ma luz
Se era perfeita não sei
Só sei… me apaixonei
perdido talvez iludido
que um dia pudesse voltar
me levar para conhecer sua morada
pagar minha entrada no paraíso.
É preciso que te encontre
Se entre a pedras
nas areias desérticas
nas águas mortas
no matagal talvez
Vou mesmo assim procurando
Eu sei
me encontrei chorando
a felicidade que foi embora
Por que não quer voltar?
Ainda assim
Magoado e triste
Continuarei procurando
Aquela que se foi
Sem me levar
Se foi assim…
Sem me desviar o olhar
desapareceu no bosque sombrio
da vida que ainda
Era em mim…
Obs: O autor é escritor, poeta, advogado, Especialista em Gestão Ambiental de Cidades e Mestre em Gestão e Planejamento Ambiental.