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1 – DOMINGO DOS PRIMEIROS MISSIONÁRIOS
Marcos 1,14-20

João Batista encerra sua missão. Seu testemunho é selado pela perseguição, pela prisão e, logo mais, pelo martírio. Porém, onde termina a missão de um profeta começa a de outro. Desta feita, porém, o Enviado é aquele que por todos os que o antecederam fora anunciado. Ele vem para completar e coroar a missão de todos eles e elas. JESUS é o portador contundente da Boa Nova definitiva: o “Reino de Deus”! E esta Boa Nova, para ser acolhida exige mudanças profundas nas pessoas e, consequentemente, na sociedade. Mas Jesus precisa de gente que dê condições de amplitude e continuidade a sua missão.

O nosso canto, hoje, é de alegria e gratidão por termos sido chamados a ser “pescadores de gente”.
Estamos nas primeiras semanas de um novo ano, que promete ser de grandes desafios para os Movimentos  Populares, para as Comunidades Eclesiais de Base, para cada um, cada uma, de nós, cristãs e cristãos, cidadãs e cidadãos do céu e da terra.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica nos convoca a exercitar o diálogo como caminho para as transformações pessoais e coletivas que a conjuntura  nos sugere em caráter de urgência:
– um país agonizante, o povo morrendo à míngua, asfixiado pela pandemia, pelo desemprego, pelo desalento, pela carestia, pela fome, pela violência racista,  pelo abandono,  inércia, irresponsabilidade e deboche dos poderes públicos…
– o SUS, os Programas de Saúde da família sucateados; @s agentes de saúde, que atendem as vítimas do Covid-19, ora exaustos, ora dizimados pelo vírus…
– e muita gente ainda iludida e obcecada ou confundida pela mentira, pela enganação e pelo fanatismo religioso…
Discípulas e Discípulos enviados para dar continuidade à missão de JESUS, hoje, aqui e agora, precisamos dialogar com as pessoas e com essas realidades… Com todos os cuidados e limitações que precisamos manter,
só não podemos ficar parados… Pelos meios de que dispusermos precisamos ir ao encontro das pessoas, escutá-las, compreendê-las, alertá-las, ajudá-las a refletir de maneira crítica, iluminá-las com os valores do Reino, mobilizá-las para a luta organizada pelos Direitos dos mais precisados e pela derrubada dos opressores de seus tronos.
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Diálogo profético: desafio da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 – Por Joel Portella Amado

Introdução

Com o tema “Fraternidade e diálogo”, a Campanha da Fraternidade de 2021 se insere no que, a partir dos desafios brotados da pandemia, se tem convencionado chamar de “novo futuro”. Discernido antes dos impactos causados pelo coronavírus, o tema “diálogo” tem mostrado importância cada vez maior, na medida em que indica o caminho para a superação de um conjunto de crises que envolvem o Brasil e o mundo. Trata-se de campanha planejada e realizada ecumenicamente, sob a coordenação do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC). Esta é a quinta vez que a CF é assim realizada. Em direta continuidade com as campanhas mais recentes, o tema da CFE-2021 chama a atenção para um aspecto de vital importância para nossos dias, uma atitude que deve recuperar os primeiros lugares nas listas de preocupações. Com o risco de ser mal compreendido, o diálogo, ao revelar o mais profundo do ser humano, pede espaço para ser objeto de reflexão e oração, gerando, em consequência, práticas e estruturas que se alimentam do diálogo e o sustentam.
Revista VIDA PASTORAL  –  janeiro 2021

 

2 – DOMINGO DA DIVINA AUTORIDADE
Marcos 1,21-28

Um mestre diferente, que surpreende pela força libertadora da sua palavra.
Alguém que cresce aos olhos do povo, porque liberta das correntes do Maligno.
Essa é a única autoridade que interessa ao povo.
Se os discípulos e missionários forem portadores da mesma palavra, da mesma capacidade de libertar, de levantar os caídos para que respirem aliviados e vivam com dignidade, com certeza, gozarão da mesma autoridade. Causarão a mesma admiração. Gozarão da mesma fama.  E provocarão o louvor dos libertados.

Nossas assembleias dominicais são de gente assim, que liberta e é libertada, que cresce em comunhão fraterna e se alegra pelos frutos da sua militância, gente que pode cantar com vibração o canto novo da libertação?

Ser presença libertadora nesse mundo de pandemia e de pandemônios…
Ser presença libertadora num país de imensa maioria de gente oprimida, quando não excluída, enganada e manipulada…
Ser presença libertadora em família, entre vizinhos, companheiros de trabalho e do grupo de whatsapp, onde muita gente embarca nas ilusões e nas mentiras do “rei” e dos palhaços da “corte”…
Ser presença libertadora numa Igreja em que muita gente, inclusive, bispos, padres e lideranças leigas fazem o jogo do poder opressor e enganador…
Ser presença libertadora, seja onde for, fazendo-se portador/portadora do recado divino da libertação, exatamente como aquele profeta prometido a Moisés (Dt 18,18)…
Ser presença libertadora, que fala como Jesus, “com autoridade”, e não como os escribas de sempre, os doutores da Lei de plantão, que, por conveniência, fazem o jogo dos opressores e enganadores…
Ser presença libertadora, capaz de expulsar os demônios, travestidos de “messias”, lobos travestidos de ovelhas…
Ser presença libertadora em comunhão profunda com JESUS, por uma convivência feita de escuta e empatia, junto aos empobrecidos e oprimidos.

Um grande profeta surgiu,
Surgiu e entre nós se mostrou:
É Deus que seu povo visita,
Seu povo meu Deus visitou!

CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA – 2021

“A Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) representa uma das experiências mais valiosas de missão evangelizadora em nosso país. (… …). Desde os anos de 1980, o projeto de uma campanha ecumênica de evangelização e missão era sonhado. Esse projeto ambicioso concretizou-se no ano 2000, na aurora de um novo milênio. Depois de um  milênio marcado por guerras, intolerâncias, crises econômicas, havia um clamor por mais “Dignidade humana e paz e por um novo milênio sem exclusões”, tema e lema da primeira CEF. Essa experiência aprofundou a compreensão de que tanto a missão como a evangelização devem ser orientadas para o que é essencial na fé em Jesus Cristo: crer em sua palavra, acolher seus mandamentos e  partir daí trabalhar para a superação das desigualdades, das violências, dos exclusivismos confessionais. Essa experiência se sobressaiu e tornou-se um marco da caminhada ecumênica brasileira. (… …)
A paz é nosso horizonte. Ela passa necessariamente pelo enfrentamento das desigualdades econômicas. Todos sabemos que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Aqui, a elite econômica, formada por 1% das pessoas mais ricas, não se sente constrangida em ganhar 33,7 vezes mais do que os 50% mais pobres da população brasileira. Como falar de paz, quando pessoas passam fome e não têm trabalho, terra e teto? Como falar em  paz, sem denunciar essas injustiças econômicas, sociais e ambientais? (… …).
A fé nos lembra que Cristo é nossa paz e nos anima a prosseguir pelo caminho da unidade na diversidade. A Boa Nova do Evangelho nos une e acolhe nossas diferentes experiências de testemunho cristão.”
Pastora Romi Márcia Bencke,
Secretária Geral do CONIC

 

Obs: REGINALDO VELOSO, presbítero leigo das CEBs (essa é minha condição eclesiástica atual, o que me deixa particularmente feliz)
– Membro do MTC (Equipe Maria Lorena – Recife)  (terminou meu “mandato” como “Assistente Regional”)

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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