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Devido à sua natureza, o ser humano foi classificado com um ser social, desde Aristóteles, no século III, até Augusto Comte, no século XVIII. A necessidade da convivência em sociedade permitiu sua sobrevivência, através da proteção mútua, e contribuiu para seu desenvolvimento, graças principalmente ao autoquestionamento e a constante troca de experiências.

A evolução que se processou ao longo da história foi extraordinária e os meios empregados com essa finalidade foram os mais variados possíveis, cada qual guardando relação com o momento vivido na cadeia evolutiva.

A chamada tecnologia permitiu que o ser humano progredisse tanto, que culminou com a criação da internet. Aquilo que no começo parecia ser uma fundamental ferramenta para pesquisas, acabou tornando-se algo extremamente útil, como também uma fonte inesgotável de coisas fúteis.

De acordo com Sigmund Freud, “tudo em nós emana de dois motivos: o desejo sexual e o desejo de ser grande”, ou importante. Assim, de posse desse manancial de possibilidades de relacionamentos virtuais, o ser humano tem feito uso dessa tecnologia para dar vazão a esses dois aspectos freudianos.

Em razão de o mundo atual nos cobrar constantemente a tal necessidade de nos diferenciar dos demais, o cidadão comum entregou-se à exploração não somente de suas qualidades, como, principalmente, de sua intimidade.

Dessa forma, ao invés de acessos a assuntos relevantes, como acontecimentos históricos ou fatos contemporâneos, o que vemos é a profusão de informações particulares nas chamadas Redes Sociais, calcada na imposição de opiniões. Ao invés de focar-se no que é notável, o que vemos é um excesso de notoriedade.

Com base nas mais variadas informações pessoais, a chamada “www – world wide web”, a vasta rede mundial foi criando mecanismos para chegar cada vez mais fácil e saber mais do internauta. As trocas de mensagens deixaram de ser uma prática consentida entre o emissor e o destinatário para tornarem-se uma ferramenta de publicidade em massa. Quem de nós nunca recebeu, por exemplo, um “span”?

Outro artifício preocupante são os chamados “cookies”, além de outros mais atuais, sofisticados, ou mais específicos, com objetivos semelhantes. São pequenos arquivos que servem para registrar a preferência e os acessos do internauta enquanto navega. Sendo assim, quer seja de maneira consentida ou por rastreamento, o fato é que todos nós, usuários da internet, deixamos de ser anônimos e passamos a ser vítimas da invasão de privacidade.

Além de sermos “bombardeados” por propagandas focadas diretamente a acessos feitos por nós de maneira informal, dados de caráter estritamente pessoais e particulares podem ser devassados e expostos a qualquer momento, por aqueles que sabem tirar proveito de ferramentas virtuais, cada dia mais presentes e eficientes.

Ao analisarmos esses fatos mencionados, fica impossível não nos preocuparmos com tudo isso. E, baseado no início do texto, que destaca o desenvolvimento humano, cabe um inevitável questionamento: será que a falta de anonimato e de privacidade poderiam ser consideradas partes de uma etapa da chamada evolução social?

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