Nos dias atuais circulam nas redes sociais algumas mensagens com a seguinte expressão: não sou obrigado a ver isso sozinho. A tentativa quase sempre é provocar risos, mas nem sempre, às vezes é de um mau gosto, tão grande, que passa a agredir quem recebe aquela mensagem. Não sei se este sentimento é comum a outras pessoas, mas eu me sinto até ofendido. Claro, alguém poderia dizer: é só não abrir a mensagem. De fato, na maioria das vezes, não abro, mesmo sendo enviada por alguém que conheço, contudo nem sempre temos ideia do que trata aquela mensagem e invariavelmente caímos num  impropério.

Que bom seria se recebêssemos uma mensagem de “não sou obrigado a ver isso sozinho” que fosse uma mensagem que viesse a nos enriquecer como pessoa, uma mensagem expondo a beleza da natureza, uma mensagem de carinho, uma mensagem de incentivo, enfim uma mensagem que realmente não valesse a pena ser vista só por uma pessoa. Que fosse realmente importante  para ser divulgada. Eu particularmente ficaria muito feliz em receber estes tipos de mensagens e, sem dúvida, eu transmitiria a mesma para todos os meus amigos.

Sim podemos difundir algumas mensagens, mas que estas transmitam  o bem, o belo, o instrutivo, a esperança, a felicidade, o amor, a verdade, mensagem que possam engrandecer o amigo. Devemos deixar morrer em nossas mãos aquelas mensagens que não servem absolutamente para nada, como aquelas sem graça e mais sério ainda aquelas famosas Fakes News, que a única coisa que nos acrescentam são espaços ocupados no nosso celular.

Especialmente nesse período natalino, devemos ter consciência que nosso irmão não precisa receber nosso dissabor com a vida,  a maldade invasora dos nossos corações, o peso de nossa consciência pelo dever não cumprido, a inveja e o ciúme que nos perturbam, a angústia que nos atormenta, a falta de compreensão com as fraquezas ou dores de alguns irmãos. Não precisamos difundir o que não gostaríamos de receber. Delete aquela mensagem recebida que não iluminou o seu cérebro, que não lhe abriu o coração para a penetração do amor, que não lhe demonstre a igualdade entre irmãos em Cristo. Delete, delete, não divulgue mais.

O nosso amigo, não precisa saber o que se passa no nosso íntimo, principalmente aquilo que não está servindo nem para nós mesmo. O nosso irmão precisa sim, receber o seu sorriso sempre. Mesmo que o seu interior esteja despedaçado, sorria, sorria escancaradamente. Isto lhe fará bem e, também, o seu amigo vai aprender a sorrir. Talvez o peso que seu amigo esteja a carregar seja muito superior ao que você imagina estar carregando. Por que então transmitir seu sofrimento para o seu amigo,  já tão atribulado? Certamente não vai diminuir o seu fardo e muito provavelmente também não vai aliviar o fardo do amigo, portanto transmita apenas sorrisos.

Nesse período do nascimento do menino Jesus, vamos preparar a festa para ele. Vamos minimizar o “Ho-Ho-Ho”  do papai Noel, ele não é o aniversariante, por mais presentes que ela nos traga, a festa não é para ele. Ele é apenas um sonho para as crianças, uma simbologia para nós adultos, mas não é o aniversariante dessa festa chamada Natal. Vamos minimizar também nossas trocas de presentes, especialmente nesse momento difícil que estamos passando, não precisamos correr riscos para comprarmos presentes para todo mundo, gastando além do que podemos, com receio de não presentear. Às vezes pensando apenas em ser retribuído por aquele presente oferecido. Essas tradições podem até serem manifestadas, mas vamos minimizá-las nesse momento que passamos.  Vamos festejar o aniversariante do Natal, o menino Jesus e sabe qual o principal presente que Ele quer receber no seu aniversário? O seu coração. Um coração limpo, amável, compreensivo, caridoso, fraterno e ele não é nem um pouco exigente, podemos entregar o presente até a um irmão. Se entregares teu coração a um irmão, estarás  oferecendo um enorme presente ao aniversariante, é só isto que ele quer. É só entendermos o que Ele nos disse: ‘Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’

Obs: O autor, Prof. Dr. Rômulo José Vieira é Acadêmico da Academia de Ciências do Piauí; Acadêmico da Academia de Medicina Veterinária do Piauí; Acadêmico correspondente da Academia de Medicina Veterinária do Ceará; Acadêmico correspondente da Academia Pernambucana de Medicina Veterinária.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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