As pessoas pensam nessa época do ano em termos de “mais um ano pela frente”. E tá errado! É menos um ano. Nesse momento você pode pensar: ‘nossa, isso é muito triste’. E eu discordo. Eu acho que triste é você chegar ao fim da vida, olhar pra trás e perceber que você investiu teu precioso tempo e tua preciosa energia com pessoas e projetos que não valeram a pena. Triste é você se arrepender por não ter tentado, por não ter arriscado. Porque se nós tivéssemos consciência da nossa finitude, se nós tivéssemos consciência que cada minuto é um minuto a menos, de que cada instante é um investimento, então, eu acredito que provavelmente a gente veria a nossa vida de uma maneira diferente.
Consciente de sua própria mortalidade, talvez você não brigasse no trânsito. Consciente da sua própria mortalidade, talvez você não ficasse se apegando a coisinhas pequenas e a picuinhas nos relacionamentos que você tem com as pessoas que você ama. Talvez com a consciência da sua mortalidade, você encarasse a vida como ela é: o fato de que o tempo é um investimento. Se estivermos conscientes de que um dia vamos fechar os olhos e nunca mais abrir, se estivermos conscientes de que esse período que estamos passando por aqui é um passeio, então, com certeza, vamos ser muito mais agradecidos.
Agradecidos à natureza por ter dado essa oportunidade fantástica de passearmos, ainda que brevemente, ainda que por algumas décadas por esse universo. Passear por esse universo e por possuir o cérebro mais complexo que existe na natureza, um cérebro que permite admirarmos a beleza, que permite pensarmos a respeito da própria vida, que permite conseguirmos fazer com que amanhã a gente viva melhor do que estamos vivendo agora.
O dia seguinte ao réveillon não será 01/13/2020…