Mauricio Soares 1 de janeiro de 2021

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Um Feliz Natal
A festa dos sonhos:
A espera – advento terminou,
Deixemos nascer em nós um novo homem e uma nova mulher,
Mundo novo – solidário na solicitude do outro

Dentro de uma madrugada fria,
Tudo é ternura divina…
A madrugada é tecedora de frio;
Meu Deus se presentifica na carne de Maria,
Se torna proletários na arte de seu pai senhor São José,
Tudo é ternura dentro… no ser interior de todas as coisas,
Anuncia a estrela guia; Natal é gratidão…
Noite de acalantos cantam os anjos junto com Maria,
Glória a Deus nas alturas!
Ecoam os sinos de Belém…
Paz na terra que o Reino chegou,
Mundo novo de justiça social… o menino em nós auroreou,
Esperança para os pobres os anjos anunciam,
Os pais do Menino – gente da simplicidade,
Os visitantes – pessoas pobres, ralé da sociedade,
Seus presentes são magos que trazem,
Ouro, incenso e mirra…
Gente de outras religiões protege o menino da maldade de Herodes,
Raquel pranteia a morte dos inocentes,
Os podres poderes da nação querem matar o menino Deus,
Mães gritando de dor, os milicianos de Herodes de espada na mão,
Simeão profetiza as dores de Maria,
José imaginando a exploração no ofício da classe;
E nos diz o velho vidente – avôhai: que Ele vem como farol da justiça,
Um menino nos foi dado…
Ele tem que fugir, logo cedo é refugiado político,
Meu Deus quanta coisa numa noite só…
Mira… estrelinha na lapa em Belém,
Esperança para os pobres…noite que mostra que Deus nos quer bem,
Sim, aqui nasce o salvador,
Noite de magia de linda flor,
Tu estrelinha… entre os anjos, pastores e reis do oriente,
És contemplado como pobre de Belém,
O espirito de Natal não se encontra nos shoppings,
Se encontra nas favelas – periferias,
Na casa vizinha mora o salvador,
Podemos ter lindas roupas belas ceias,
O menino já nascido nos diz: desde que lutes para que todos e todas tenham o mesmo,
Natal… luz da partilha por justiça social,
O problema hoje é a naturalidade…
Mundo da realidade e natural se tornaram invertidos…
O natural que é a justiça dá lugar a realidade da injustiça,
O injusto se torna natural,
Se perde o senso de indignação ética: fome, desemprego, meninos e meninas nas ruas,
Virou natural… violência social… pegar em arma e matar para se defender é natural,
Armas não pagam impostos é a proposta de Herodes,
Comida paga imposto…
Meu Deus por onde anda o Natal?
O sonho de uma nova humanidade um novo mundo,
Mundo de justiça na partilha não é natural,
A realidade é o desumano viver, cobiça desenfreada…
Não existe mais Belém… casa do pão…
Cada vez mais suspeito estar em acordo com essa realidade é a falsa ilusão,
Por onde anda nossa imaginação criadora de ilusões humanitárias?
Belém é aqui!
Natal é justiça social!
Presente é a presença do Menino Deus!
Mundo novo é o mundo da estrelinha de Belém,
Nascido e feito carne entre nós,
O nascimento do menino nos mostra a máscara do capital,
Um mundo do espontaneamente falso,
Onde as pessoas são corroídas por dentro das fibras,
Nos distanciando do reinventar da vida,
Que a realidade é descobrir um novo mundo,
Paz – justiça social promovida pelos por Deus amado,
Nos encontramos diante de um mundo novo,
Esse mundo se faz nascido dentro de nós,
A ilusão do Natal se faz realidade,
Natural é a justiça social.

Mauricio Soares
Procurando o Espírito do Natal,
Ele se faz realidade existencial dentro de nós

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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