[email protected]

1 – FESTA DO BATISMO DO SENHOR
Marcos 1,7-11

Banhar-se é uma experiência do cotidiano das pessoas, que traz uma prazerosa sensação de bem-estar e vale como um recomeço. Não deixa de ser curioso que cada novo ser humano seja gestado no útero da mãe, e se desenvolva numa placenta, uma bolsa de água, de onde, após nove meses, emerge e vem à luz. E não é por acaso que a narração da Criação, no início do primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, começa com a visão de um mundo de águas imensas, sobre o qual paira o Espírito, e de onde todas as coisas, pela força da divina Palavra, passam a existir. O BATISMO, o banho, o mergulho ritual, adotado pela tradição religiosa do povo de João Batista e de Jesus, com certeza, tem a ver com tudo isso, toda essa densidade simbólica que arranca da vida e da fé.

O Batismo de Jesus, então, referência primeira do nosso próprio batismo, se insere no Mistério da Manifestação (Epifania) de Deus, como o momento em que o “Filho do Homem”, filho de Maria e de José, por volta dos trinta anos de idade, ao fazer-se batizar pelas mãos de João seu precursor, mergulha fundo na vida dos pobres e pecadores de sua terra e de todos os lugares, do seu tempo e de todas as gerações… É o começo da sua missão libertadora… E o Espírito da nova Criação pousa sobre ele… E a voz recriadora do Pai, imensamente contente com tudo isso, não se contém e se faz ouvir, declarando Jesus de Nazaré, o carpinteiro, filho de carpinteiro, seu Filho predileto!
Esse momento marcante da vida de Jesus desencadeou uma torrente de energia espiritual que irá impulsioná-lo para assumir a sua missão e levá-lo até as últimas consequências: dar a sua vida por amor à Humanidade, pela causa maior, a causa do Reino. O que lhe valerá a Ressurreição!
E o Batismo de cada um, de cada uma da gente, aqui e agora, tem essa dimensão?…

Concretamente, começando um novo ano, até onde vai nosso compromisso cristão de solidariedade com o povo deste país, especialmente com a imensa maioria de gente empobrecida, alienada, iludida, sofrida e desesperançada, feito “ovelhas sem pastor”?… Diante de um cenário descarado de desigualdade aberrante, de genocídio sistemático, de criminosa retirada de direitos, de enganação fascista, de fundamentalismo fanático, cego e obcecante, o que estará dizendo o Pai a respeito dos que fomos batizados e batizadas?… Filhos e filhas da LUZ, nossas vidas brilham como Estrelas, mostram o Caminho?… Deus nos reconhece como filhas e filhos queridos, ou tem nojo de nós?…

2 – DOMINGO DOS PRIMEIROS DISCÍPULOS
João 1,35-42
Coube a João Batista fazer a apresentação do “Cordeiro de Deus”.
E os seguidores de João se fazem espontaneamente discípulos de Jesus. Jesus os convida a conhecer sua casa, a gozar da sua intimidade. Deslumbrados, eles vão em busca dos outros: “Encontramos o Cristo!”. E a turma vai crescendo, por força da admiração e do testemunho.

Nossas celebrações têm, de fato, esse sabor de íntimo encontro com o Senhor?… Nosso cantar expressa uma vibrante admiração pela pessoa de Jesus?…
Nossa postura, na convivência cotidiana com nossos próximos, os contagia com os valores do Reino anunciado por Jesus?…

Começar um novo ano com esses questionamentos parece ser muito saudável, e tomara que seja bastante eficaz… Os próprios acontecimentos que nos vêm surpre-endendo e estarrecendo, em nível mundial, nos provocam a uma reflexão séria sobre nossa condição cristã, o papel da Igreja nesse contexto, o ser discípulo-missionário nessa conjuntura…

Bater no peito, pessoal e comunitariamente, reconhecendo as próprias mancadas e omissões, as incoerências e pecados, talvez, seja o primeiro passo. Mas não  podemos ficar apenas alimentando culpas. Precisamos dar passos na direção de uma vida mais comprometida com a causa do Reino. Pessoal e comunitariamente, onde quer que a vida nos tenha colocado, precisamos de “conversão”: mudança de atitudes, transformação das estruturas…
O testemunho do Papa Francisco aponta para a importância dos gestos, das atitudes, das inciativas corajosas. A Igreja e o mundo precisam disso, urgentemente!
Vem aí a CAMAPANHA DA FRATERNIDA-DE ECUMÊNICA: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. Preparemo-nos!

TEMA E LEMA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA DE 2021

A Comissão da Campanha da Fraternidade Ecumênica se encontrou na sede do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), dia 7 de janeiro de 2020, com a tarefa de escolher o tema e o lema da próxima Campanha da Fraternidade Ecumênica em 2021. O tema escolhido é “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”  (Ef. 2.14).

A Comissão é formada por representantes das igrejas membro do CONIC, da qual a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participa, a Igreja Betesda, como igreja observadora, e o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e à Educação Popular (Ceseep), como membro fraterno. O secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, participou da reunião representando a Conferência.
O CONIC é constituído pelas Igrejas Católica Apostólica Romana (ICAR), Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Presbiteriana Unida (IPU), a Sirian Ortodoxa de Antioquia (ISOA) e a Aliança de Batistas do Brasil.
Segundo a secretária-geral do CONIC, Romi Bencke, realizar mais uma Campanha da Fraternidade Ecumênica, neste contexto de polarização e agressões, demonstra, na prática, compromisso com o diálogo, um mandato inegociável do Evangelho. “O tema da Campanha pretende afirmar que as diferenças nos enriquecem ao invés de nos ameaçar. Apesar de parecer que a Fraternidade ficou fora de moda, acreditamos que o Batismo nos torna irmãos e irmãs”, avaliou.

*  *  *  *  *

Como preparação para a Campanha da Fraternidade, poderá ser muito útil, antes de qualquer outra iniciativa, a  leitura, o estudo, quem sabe, rodas de conversa, em torno da Encíclica FRATELLI TUTTI do Papa Francisco

 Obs: REGINALDO VELOSO, presbítero leigo das CEBs (essa é minha condição eclesiástica atual, o que me deixa particularmente feliz)
– Membro do MTC (Equipe Maria Lorena – Recife)  (terminou meu “mandato” como “Assistente Regional”)

Vídeos enviados pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]