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Dentro de um grave situação no Brasil e na Amazônia em especial, acontece algo bom. Na cidade de Santarém, que tem um déficit habitacional de 25 mil famílias sem teto, há cerca de seis bairros de ocupação espontânea por moradores sem habitação. Uma dessas ocupações urbanas, com nome de Bela Vista, está hoje com cerca de 550 famílias morando em precária situação. Cheia de morros e ruas abertas pelos próprios moradores, de melhoria pública só tem energia elétrica. Nem escola, nem posto médico, nem água encanada, apenas de poço artesiano.
Mas neste contexto pobre e inclusivo ameaçados pelo covid19, alguns moradores, inspirados pelo aniversário de Jesus Cristo, decidiram trazer o reino do céu para dentro do bairro. Católicos e evangélicos, se perguntaram: Se Jesus morasse aqui em Bela Vista, o que ele faria diante dessa grave situação? Eles mesmos responderam, a partir do que sabiam do Evangelho: ele ficaria com os pobres e com eles mudaria a situação sofrida em situação de bem viver.
Então, decidiram atualizar a associação de moradores do bairro para poder lutar junto às autoridades municipais reivindicando melhorias do bem viver. Diziam uma mulher presente “aqui não podemos nos dividir entre protestantes e católicos, pois todos sofremos juntos, Jesus também não fazia diferença entre judeus e samaritanos. Se queremos seguir o mestre temos que fazer como ele na galileia, gerar vida em abundância.”
Agora decidiram divulgar o plano de renovação da associação de moradores que está paralisada, por interesses políticos e nos próximos meses, com a associação vitalizada, vão pressionar as autoridades para terem escola para as crianças, posto médio, água potável e ruas transitáveis. E cantaram uma música popular: “O povo unido é… o braço de Deus, o povo unido é… a força de Deus, o povo unido é a liberdade de Deus”.
(Notícia para Red Panamazónica de rádio 06.01.2021)
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.