“Num mundo incompreensível e em perpétua mudança, as massas haviam chegado a um ponto em que, ao mesmo tempo, acreditavam em tudo e em nada, julgavam que tudo era possível e que nada era verdadeiro.
A propaganda de massa descobriu que o seu público estava sempre disposto a acreditar no pior, por mais absurdo que fosse, sem objetar contra o fato de ser enganado, uma vez que achava que toda afirmação, afinal de contas, não passava de mentira.
Se recebessem no dia seguinte a prova irrefutável da sua inverdade, apelariam para o cinismo; em lugar de abandonarem os líderes que lhes haviam mentido, diriam que sempre souberam que a afirmação era falsa, e admirariam os líderes pela grande esperteza tática.”
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Esse texto parece falar na atual conjuntura política, na qual, em meio à cacofonia de informações, as pessoas não distinguem mais o que é verdade do que não é. Entretanto, quase que premonitoriamente, trata-se de uma passagem do livro Origens do Totalitarismo, de Hannah Arendt, escrito em 1951. É de uma precisão atemorizante…
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Obs: Imagem do autor