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“… Me diz como pode acontecer, um simples canalha mata um rei, em menos de um segundo.”
(Beto Guedes e Ronaldo Bastos em “Canção do novo mundo”)


No dia 8 de dezembro de 1980, já se passaram quatro décadas, o mundo despertou perplexo com o assassinato de John Lennon. A boca da arma de Mark David Chapman, um fanático (sempre eles!), calou para sempre a voz do ex-Beatle, com cinco tiros à queima-roupa. Uma atitude que até hoje suscita dúvidas quanto ao que motivou esse lunático a cometer tal ato de covardia. Para alguns, Chapman foi apenas o executor e não o mentor do assassinato.

Arquivos do FBI divulgados na década de 90 revelaram uma preocupação das autoridades dos Estados Unidos com o músico, que tinha um estilo de vida pouco convencional para a época. Seus passos eram seguidos de perto e cada atitude de Lennon era objeto de investigações secretas e consequente fichamento por parte do “Bureau” norte-americano, que o considerava uma ameaça, já que ele cometia o “absurdo” de se posicionar abertamente contra as guerras, especialmente a do Vietnã, e pregava a paz através de manifestações públicas ou em suas composições, com em “Give peace a chance” (Dê uma chance à paz), gravada em 1969.

Porém, uma de suas maiores obras na carreira solo foi gravada dois anos mais tarde. “Imagine” se tornou o hino de uma geração e, com os acontecimentos do mundo de hoje, está mais atual do que nunca.

“… Imagine não existir países. Isso não é difícil de se fazer. Sem matar ou morrer e sem religião também. Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz…”

Embora essa composição nos convide para uma profunda reflexão, muitos consideram seu conteúdo utópico. Para Lennon, no entanto, trata-se de um sonho perfeitamente possível de tornar-se realidade.

“… Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único. Eu espero que algum dia você se junte a nós e o mundo será um só.”

Quase quarenta anos depois de “Imagine”, quanto matar e morrer em nome de religiões ou fronteiras! Como é difícil viver em paz no mundo atual! Na música “Comentário a respeito de John” o compositor Belchior (falecido em 2017), em parceria com José Luis Penna, destaca a dificuldade em se conseguir a felicidade e a paz: “… John, eu não esqueço, a felicidade é uma arma quente”.

Realmente, pode parecer impossível mudar o mundo todo. Mas uma grande transformação só começa a se processar através de pequenas ações. Basta começarmos a mudar a nós mesmos e, a partir daí, pequenas mudanças para melhor ocorrerão, mesmo que seja apenas no pequeno mundo ao nosso redor. Quem sabe assim, aos poucos, um dia “o mundo será um só”, como sonhava John Lennon.

Apesar de estarmos próximos de lembrar os 40 anos da morte de Lennon, gostaria de destacar também os demais Beatles, que não só marcaram uma geração como continuam a influenciar músicos atuais. Paul McCartney esteve ano passado no Brasil para realização de shows inesquecíveis, sempre com lotação esgotada. Tudo o que for dito sobre McCartney deixará cada vez mais evidente sua genialidade, talento e carisma, ainda arrastando multidões. Melhor do que falar sobre ele é ainda ter o privilégio de ver suas apresentações, mesmo que pela TV, e ouvir suas canções.

Já Ringo Starr continua a ser discreto e, pelo que consta, com pouca aparição pública, mas noticiários informaram sobre alguns trabalhos de estúdio no ano de 2019, além de algumas entrevistas.

Sobre George Harrison, outro Beatle falecido, pode-se dizer que o guitarrista dos Beatles era alguém sensível e talentoso e, por isso mesmo, não menos importante que os demais. Encontrou o espaço que precisava para mostrar que também era um compositor extraordinário, como Beatle e também depois. Além do mais, deixou evidenciada a sua tendência espiritual, principalmente quando gravou em 1971 a música “My sweet Lord”.

Participou ativamente de eventos em favor de causas humanitárias. Também foi vítima de um atentado, sendo esfaqueado no peito por Michael Abram, um fanático (olha outro aí!) que invadiu a sua casa em Londres em 1999. Apesar desse fato isolado, viveu em paz consigo mesmo e sempre buscando uma integração harmoniosa com o universo, até ser vencido por um câncer, em 2001.

Apesar de suas músicas imortais, cada integrante dos Beatles seguiu o caminho de qualquer outro mortal. Assim, cada sonhador faz dos sonhos a sua realidade possível e depois sai de cena do palco da vida. Na verdade, o sonho não acabou. Apenas a cada dia se renovam os sonhadores.

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