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1 – Solenidade de JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
Fé e Resistência da gente afrodescendente, das CEBs e de todos e todas que têm fome e sede da Justiça
Mateus 25,31-46

Faz bem terminar o Ano Litúrgico descortinando o cenário do Juízo Final e nos deixando tocar pela simplicidade do discurso do supremo Juiz, que se resume em uma única frase, um alerta absolutamente claro, capaz de eliminar qualquer dúvida ou equívoco:
“Tudo quanto vocês fizeram (ou deixaram de fazer) a um dos meus irmãos, por mais pequeno que seja, foi a mim que vocês fizeram (ou deixaram de fazer)”.
Tudo mais é acessório, é dispensável. Claro que o tamanho da solidariedade que de cada pessoa se espera é o tamanho mesmo da percepção que cada pessoa tem da dimensão dos problemas da humanidade e das possibilidades de ação frente aos mesmos.
Mas só dá para imaginar a Igreja e todas as Religiões, então, como um grande mutirão em favor dos excluídos da terra, em busca da Paz. Essa é a condição básica do direito à esperança de um dia escutarmos de sua boca: “Venham, benditos de meu Pai, tomar posse do Reino!”

Essa é a essência da ECONOMIA DE FRANCISCO, que o Papa, com a colaboração de jovens economistas e celebridades do mundo inteiro, está propondo para a Humanidade, em lugar desse sistema econômico neoliberal que engana, exclui e mata as pessoas, depreda e destrói a Natureza, a Casa Comum.

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 O Reino de Deus é a Terra Prometida, onde corre o leite da Justiça e o mel da Paz: Mundo Novo pelo qual tantos lutaram, que começa aqui, e é o começo do Céu. Era o sonho de MOISÉS e de Míriam,  ISAÍAS e de JUDITE, de JEREMIAS e de ESTÉR, de ZACARIAS e ISABEL, de JOSÉ e MARIA e do seu filho JESUS, de FRANCISCO DE ASSIS e de CLARA, de ZUMBI e DANDADRA, de GANDHI e de TERESA DE CALCU-TÁ, de LUTHER KING e ROSA DE LUXEMBURGO, de DOM OSCAR ROME-RO e de Ir. DOROTHY, de CHICO MENDES e de MARGARIDA MARIA ALVES, do Pe. ANTÔNIO HENRIQUE e da Ir. AGOSTINHA, de HENRIQUE COSSART e de PEGGY… e de tantos outros e outras… E é por esta intenção maior que o próprio Jesus nos ensinou a rezar ao Pai todo dia: “Venha a nós o vosso Reino. Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”… Rezando e fazendo a nossa parte! Por exemplo, engajando-nos na Campanha Eleitoral, 2º. Turno: Vote na JUSTIÇA SOCIAL! 

 2 – VIGIAI!
(Marcos 13,33-37)

Há uma certeza que nos vem pelos olhos: “Quem de moço não morre, de velho não escapa!”… “Ninguém fica pra semente!”…
Assim, é com a vida pessoal de cada ser humano. Por mais que não queiramos pensar na morte, ela é a única certeza que temos a respeito do futuro da nossa vida.
E, foi não foi, surge, também, no meio do povo a impressão de que o mundo está por se acabar…
Seja como for, a incerteza quanto ao dia da morte e quanto ao final da História não deixa de ser um convite à reflexão…
Domingo passado, último Domingo do Ano Litúrgico, a Comunidade Cristã, através do Evangelista Mateus, foi alertada por Cristo, o Rei que irá julgá-la, sobre a responsabilidade prioritária de cada pessoa frente aos que, nesse mundo, passam necessidade. No final de nossas vidas e de nossa história, seremos julgados exclusivamente por isso.
Iniciando um novo Ano Litúrgico, caminhando com o Evangelista Marcos, somos alertados, insistentemente, sobre a necessidade de VIGIAR: a vida é dom de Deus, mas nos é confiada como tarefa a desempenhar… E haverá uma prestação de contas. Não sabemos nem o dia nem a hora em que isso se dará. O perigo é de sermos pegos de surpresa.
Importante e decisivo é colocar-se a serviço do Reino, para que ele aconteça  “assim na terra como no céu”, procurando, a cada momento, fazer com que a vontade do Pai-e-Mãe da Humanidade “seja feita”.
Somente assim, poderemos caminhar para o final de nossas vidas, com serenidade. Somente assim, contribuiremos para apressar o “advento”, a “vinda” do Filho do Homem: a realização plena da justiça de Deus na vida da Humanidade. Somente assim, nosso canto, hoje, celebrará a “esperança que não decepciona”.

 1º. Domingo do Advento de 2014,  a gente alertava: “Um desafio maior e urgente: o que será do povo deste país no ano que vem?… Da nossa postura cidadã tudo vai depender… Fiquemos de olho! Não cochilemos! As forças conservadoras, a elite econômica, o grande empresariado industrial, os senhores do agronegócio vão fazer de tudo para dobrar o governo na direção de seus interesses… E a vitória do Projeto dos Empobrecidos e da Classe Trabalhadora, nas passadas eleições, poderá ir pro brejo… Temos que manter-nos vigilantes e mobilizados, pressionando de toda maneira os que nos governam, na direção dos que mais precisam. Faz parte da nossa vigilância cristã, em busca do REINO!”

1º. Domingo do Advento de 2017, a gente lamentava: O fato é que, três anos depois, estamos vendo a Classe Trabalhadora deste país, isto é a grande maioria do povo brasileiro, “ir para o brejo”… Direitos conquistados, há mais de um século de lutas dos trabalhadores e trabalhadoras, estão sendo destruídos. E o povo, iludido pela mídia do sistema, vai engolindo toda essa “calamidade pública” como coisa boa, avanço, progresso. Quando se derem conta do tamanho da destruição será tarde demais.

1º. Domingo do Advento de 2020, hoje: há 6 anos que não dá outra. Chegamos ao cúmulo de ter na Presidência da República e no Congresso Nacional gente que destrói o que resta de nossos direitos, que destrói nosso Meio Ambiente (florestas queimadas, águas, solos e ares envenenados), que destrói nossa Soberania, além de promover o ódio e a violência contra a população negra, os indígenas, as mulheres e a população LGBTI+. Sobre esse cenário de destruição e morte, vale a pena ler o Profeta Isaías (63,16-19; 64,1-7), confiar no Pai e recolocarmos nossa vidas no caminho da Justiça… escutar o Apóstolo (1Co 1,3-9) e nos deixarmos confirmar na fidelidade a Jesus e ao Evangelho… e, sobretudo, abrir os ouvidos e o coração para a palavra de ordem do momento: VIGIAI!… Concretamente, onde os resultados das eleições já são definitivos, começar logo a pensar estratégias de alianças e enfrentamentos que garantam, nas cidades, nossos direitos e melhorias das condições… Onde ainda há 2º. Turno, como conseguir eleger quem nos garanta gestão comprometida com nossos direitos e as melhorias das condições de vida em nossas cidades, sobretudo nas periferias urbanas. Somente assim, valerá a pena celebrar o Natal que se aproxima: a chegada do Príncipe da PAZ!
1º Domingo do Advento – B: VIGIAI!

Obs: REGINALDO VELOSO, presbítero leigo das CEBs (essa é minha condição eclesiástica atual, o que me deixa particularmente feliz)
– Membro do MTC (Equipe Maria Lorena – Recife)  (terminou meu “mandato” como “Assistente Regional”)

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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