Taciana Valença 15 de dezembro de 2020

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Às vezes é preciso soterrar alguns castelos que se ergueram sob nosso olhar, apenas nosso.

Precisamos entender que as pessoas nem sempre compactuam com verdades nem alimentam sentimentos verdadeiros.

Simplesmente jogam com as outras, para que suas vontades, às vezes tão primárias, sejam satisfeitas.

Vivemos tempos estranhos, vazios e primitivos.

Impressionou-me o julgamento da moça estuprada, estuprada mais uma vez pelos que a julgaram baseados no machismo entranhado no íntimo de cada um. Nojo. Misóginos, sem sentimentos, sem empatia. Nada. Uns brutos. Mas fazer o que, num mundo em que usam a internet para sacanear o próximo, satisfazer suas taras de machos vazios e pré-históricos. Uns defendendo os outros. Bichos? Insaciáveis?

Enquanto isso se uma mulher faz uma foto sensual, consideram que ela está permitindo tudo. Que mundo é esse que anda para trás?

Entristece saber que deveríamos estar evoluídos, podendo confiar nas pessoas, confiar nas palavras, em um julgamento. Mas o mundo virou essa grande mentira, que assusta e inquieta.

Portanto, alguns castelos devem ser derrubados, para que personagens de alguns contos sejam destruídos completamente. Se possível, longe das águas, que poderiam, por serem fluidas, juntarem ainda os pedaços.

O mundo me decepciona, algumas pessoas me fazem ver que estou fora do contexto.

Ainda bem que ainda existem muitas almas que querem evoluir, interagir de maneira altruísta e humana. Talvez, quem sabe, aos poucos, a bondade e a verdade vençam. Basta para isso uma corrente mais forte de união e amor verdadeiro pelo próximo.

É retórico, sim, parece algo que perdeu a validade falar nisso. É cafona, né? Mas é preciso falar e agir. O amor não é cafonice, é o mais puro e profundo sentimento humano. Que possamos alimentá-lo em cada gesto, com cada um que surgir na nossa frente.

Ótima semana para todos.

Se protejam do mal invisível e do visível, ambos podem ser combatidos com cuidado e amor.

Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/

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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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