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Pöe afirma que à obra poética só lhe serve a unidade e que o pensamento, mesmo se desviando do caminhos para alcançar seus propósitos, mesmo assim, aparentemente perdido, terá que chegar ao fim, sem perder este sentido. Cita, ainda, O Paraíso Perdido, como uma série de “excitações intensas”, que, na realidade nada acrescentam por serem sentimentos curtos, passageiros e que acompanham, geralmente, as obras demasiado extensas. Afirma que o poema extenso caracteriza-se não como unidade mas como várias unidades diferenciadas.
No poema O Corvo, há um encadeamento de fatores que se resume na melancolia. Acreditava, certamente, o poeta, que somente ela poderia preencher as lacuna nascidas da tristeza e da solidão. Deixa bem claro que toda obra de arte para ser bela tem que ser triste. Assim, cortejando a tristeza, alcança seus objetivos.
No estribilho – nunca mais, nunca mais – encontra a força que acompanha o poema até o fim, fazendo com que, sendo breve, porém repetitivo, fortaleça o vigor da monotonia. O fecho de cada estrofe leva-o a se deter na força das palavras e no efeito do som. Com essa preocupação alcança o resultado desejado.
Mostra, com exatidão e crueza, os passos da técnica utilizada onde revela os movimentos da criação. Pelo poder de sugestão, em apenas uma frase entrega-nos a essência da arte. Consegue, assim, pulsar com o leitor que percebe por trás de toda um encadeamento de técnica e estilo, a dor, a tristeza, a melancolia.
A figura implacável da morte impregna não apenas o poema O Corvo, porém toda a obra de Edgard Allan Pöe.

Obs: A autora é poetisa, escritora contista, cronista, ensaísta brasileira.

Faz parte da Academia de Artes e Letras de Pernambuco, Academia de Letras e Artes do Nordeste, Academia Recifense de Letras, Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda, Academia Pesqueirense de Letras e Artes , União Brasileira de Escritores – UBE – Seção Pernambuco
Autora dos livros: Em ponto morto (1980); A magia da serra (1996); Maldição do serviço doméstico e outras maldições (1998); A grande saga audaliana (1998); Olho do girassol (1999); Reescrevendo contos de fadas (2001); Memórias do vento (2003); Pecados de areia (2005); Deixe de ser besta (2006); A morte cega (2009). Saudade presa (2014)
Recebeu vários prêmios, entre os quais:

Prêmio Gervasio Fioravanti, da Academia Pernambucana de Letras, 1979
Prêmio Leda Carvalho, da Academia Pernambucana de Letras, 1981
Menção honrosa da Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1990
Prêmio Antônio de Brito Alves da Academia Pernambucana de Letras, 1998 e 1999 
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2000
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2010
Prêmio Edmir Domingues da Academia Pernambucana de Letras, 2014

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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