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A PRIMEIRA NOITE É COM O PADRE, PARA ABENÇOAR!

Em Carpina trabalhei também ao lado de Pe. Américo de Vasconcelos, vice-diretor e encarregado dos aspirantes, conhecido por sua facilidade em contar piadas e por seu rigorismo sobretudo no campo da moral. Certa vez ele contou que antigamente entre alguns povos primitivos, quando havia um casamento quem ia a primeira noite com a noiva era o pai do noivo; para dar continuidade aos laços familiares; mas ele mesmo acrescentou: hoje quem deve ir a primeira noite com a noiva é o padre; para abençoar. Em nossa escola, havia uma professora, muito amiga creio que seu nome era Ana, que lecionava nas primeiras séries. Lembro que tinha vindo de Belém do Pará. Era uma pessoa que eu sempre costumava visitar. Em Juazeiro do Norte, sempre que se faz uma visita, ninguém sai sem tomar ao menos um cafezinho. Eu estranhava e reclamava que em Carpina não havia essa tradição. A reclamação valeu porque sempre que ia à casa de Ana, havia sempre um cafezinho. Ana era noiva de um jogador de futebol que defendia o Ferroviário de Recife e resolveu se casar. Como era minha amiga, resolveu me convidar para fazer seu casamento. Então contei para ela a estória de Pe. Américo: “a primeira noite é com o padre, para abençoar!” A reação dela, em tom de brincadeira, é claro, foi:
– Vou convidar o Pe. Mário para fazer o meu casamento, disse.
Pe. Mário era avançado em idade e andava com dificuldade por causa de um problema na perna.
Fiz o casamento de Ana, participei da festa; no momento, pelo que sei Ana mora em Caruaru.

Obs: O autor é Mestre em Educação pela Université du Québec à Hull (Canadá), professor da Unicap e da Fafire e  presidente da Comissão de Pastoral para a Educação da Arquidiocese de Olinda e Recife.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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