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No cassino do hotel Shangri-La, um jogador de pouca sorte, Benny Lootz, tenta pagar suas dívidas com o dono do lugar. Seu azar contagia os outros a jogarem cada vez mais, gerando lucros para o cassino. Mas tudo muda quando Benny se apaixona pela nova garçonete. No filme “The Cooler – Quebrando a Banca”, de Wayne Kramer, o amor acaba com as dívidas e com qualquer tipo de escravidão.

O texto de Lc 7, 36-50 é antecedido por dois versículos que muitos cristãos hoje não prestam atenção ou não desejam prestar. Nos versículos 34 e 35 do capítulo 7, Jesus fala aos fariseus: “De fato, veio João Batista, que não come pão e não bebe vinho, e dizeis: é louco. Veio o filho do homem, que come e bebe, e dizeis: eis um comilão e beberrão, amigo dos cobradores de impostos e dos pecadores”. Esta difamação sobre Jesus quer fazer referência ao filho devasso de Dt 21, 20. Mas a difamação possui um fundamento, pois realmente Jesus bebia e fazia a refeição com os cobradores de impostos e os chamados pecadores. Muitas pessoas não compreendem que Jesus propõe um caminho diferente ao de João Batista. Jesus não é um asceta, um abstêmio, mas seu caminho é liberal e de alegria. Seu primeiro milagre é transformar a água em vinho e não vinho em água. Na narrativa do primeiro milagre, o mestre sala repreende o dono da festa, pois primeiro se serve o vinho melhor e depois quando os convidados estão “embriagados”, serve-se o vinho pior, mas naquele casamento havia se feito o contrário. O texto deixa claro que o vinho da época não era suco de uva, mas um vinho que embebedava. Jesus bebia sim, mas seu caminho não era o da embriaguês e do alcoolismo, mas do amor. Em outras palavras, Jesus bebia e fazia refeição com as pessoas para se confraternizar com elas. Isso não quer dizer ser um alcoólatra.  Logo após os dois versículos segue-se o jantar na casa do fariseu e neste uma pecadora invade a reunião e unge os pés de Jesus. Jesus a deixa agir e explica ao fariseu que apesar dele se sentir puro não fora capaz de recebê-lo com as cordialidades da época. Com isso Jesus deixa claro que não basta seguir os preceitos morais, mas é necessário agir com amor: “a quem demonstra muito amor os pecados são perdoados, a quem se perdoa pouco mostra pouco amor”. O fariseu era falso moralista e classificava as pessoas pelos preceitos morais e não pela ação de amor que as pessoas podem ter, independentemente de seu estilo de vida. Certa vez, fui criticado por ser um padre e pertencer a um clube do Whisky. Ora, não é porque bebo meu whisky que sou um alcoólatra. Eu bebo porque aprecio um bom whisky e a companhia das pessoas. A partir do momento que isso fizer mal a minha pessoa e a dos outros eu paro. Meu avô bebia sua cachaça e nunca presenciei uma cena traumática de sua parte, pois ele sabia beber e apreciava sua cachaça de tal forma que este costume se tornava uma confraternização com seus amigos. Mas ele sabia beber, pois o amor a sua vida e a dos outros estava em primeiro lugar. Meu avô morreu com 85 anos e não de cirrose. O Cristo não era moralista, mas pregava um caminho de amor às pessoas.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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