Rômulo Vieira 1 de novembro de 2020

De quantas formas podemos ver, descrever ou compreender a  vida? Certamente não chegaríamos a uma resposta satisfatória, pois  o relato, bem como a própria vida de cada um, não depende  só do que observamos ao nosso redor. A vida é muito mais, é a visão e a projeção do nosso interior. Cada um a vê de modo diferente, conforme o que tem no seu íntimo.

É por isso que durante um simples dia vemos tantas nuances da vida. As vezes vemos quão linda é a natureza: vemos seus rios, sempre em movimento, em busca do seu encontro, de seu destino. Seja desaguar em outro rio, que juntos procurarão o mar, ou continuará todo seu trajeto sozinho, mas, do mesmo modo, também encontrará, finalmente, o mar. Não importa quanto tempo os rios levarão para serem abraçados pelo mar, eles o serão, qualquer dia.

Outros dias nos encantamos com as flores, tão lindas, tão meigas, tão perfumadas. Até mesmo aquelas que tem espinhos, como as rosas, nos deixam contemplá-las, acariciá-las. Assim entendemos que apesar dos espinhos elas enriquecem a natureza. Os espinhos são precisos, fazem-nas mais fortes, pois por intermédio deles,  se protegem de agressores, daqueles que não sabem a sua importância para a harmonia da natureza e não percebem a sua beleza.

E o que dizer da revoada e da sinfonia dos pássaros? Como criaturas tão singelas podem tornar um amanhecer ou um entardecer tão encantador? Os pássaros mesmo tendo que batalharem, todos os dias, por sua alimentação e sua refrescante água,  voltam ao seu ninho para cuidarem de seus filhotes, não temem o dia-a-dia. Sabem que estarão sempre protegidos, nada lhes faltará e cantam alegremente.

É preciso compreendermos  essas mensagens magistrais. Só mesmo o Divino Mestre poderia nos falar, nessa linguagem dos caminhos tortuosos dos rios, da exuberância das flores, do cantarolar dos pássaros. E nós! Estamos ouvindo, compreendendo, vivendo essas mensagens? Nem sempre. Nós nos perdemos, fechamos nossos olhos e não ouvimos seu sussurrar. Ao menor empecilho no nosso trajeto, a qualquer espinho nos tocando, ou mesmo quando ninguém nos dá a atenção que gostaríamos de receber, nos debilitamos. Colocamos dúvidas em tudo e até mesmo deixamos de agradecer o que já recebemos. Chegamos a ter a fé abalada.

Nossos desalentos na vida nos enfraquecem e  nos deixam tristes. Levam-nos inclusive ao absurdo  da descrença. Por que perdemos aqueles que amamos? Nossos pais, nossos filhos, nossos professores, nossos amigos? Por quê?

É muito difícil compreendermos a partida de um ser que amamos  para outra plano. Nós até aceitamos que a morte não é o fim da vida, mas o início de um outro plano, entretanto a dor maltrata e permanece por muito e muito tempo. Não podemos dizer que a dor passará, apenas aprenderemos a conviver com ela… Ela transforma-se em saudade. E continuamos a sentir a grande falta que aquela pessoa querida nos faz.

Contudo precisamos compreender e ter fé em Deus. Compreendamos o que Ele nos diz com as mensagens dos rios. O Senhor parece nos dizer: não desesperem, todos vocês se encontraram comigo no meu reino. Como os rios, alguns contornarão mais rápido os caminhos até chegarem a mim. Outros levarão mais tempo para alcançarem a eternidade, mas tranquilizem-se todos chegarão. E ficarão todos em meus braços e estarão novamente todos juntos.

E nosso Deus continua a nos consolar: vejam que mesmo com espinhos, as rosas não perdem sua beleza. Não deixem que pequenos espinhos, postos em seus caminhos, como a partida de um ser que você ama, tire o encantamento a esperança de suas vidas. Mantenham-se em sua jornada, formando um lindo canteiro de minhas criaturas queridas. Não deixem a tristeza lhes tirar a beleza.

Finalmente, precisamos aprender com a mensagem dos pássaros: apesar das batalhas diárias que eles vivem, para continuarem na jornada, não deixam de cantar e fazem até um coro, juntos transformam seus cantos em profunda sinfonia.

Com as mensagens divinas diárias, podemos concluir: isto é a vida. E precisamos escutar suas palavras: Não se abatam, hoje eu estou com vocês em todo o seu dia e lhes aguardo, junto com todos os seus amados que já me encontram, na vida eterna do meu reino. Fiquem em paz! Sejam felizes!

Obs: O autor, Prof. Dr. Rômulo José Vieira é Acadêmico da Academia de Ciências do Piauí; Acadêmico da Academia de Medicina Veterinária do Piauí; Acadêmico correspondente da Academia de Medicina Veterinária do Ceará; Acadêmico correspondente da Academia Pernambucana de Medicina Veterinária.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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