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1 – Domingo da Honestidade
Ser honesto, ser honesta, com Deus e a Humanidade!    Mt 22,15-21

Quando o que está em questão são nossos deveres de cidadãos e nossos deveres de religiosos, de crentes, o que é realmente decisivo para nós, quais são os critérios do nosso discernimento?…
Estamos realmente empenhados na busca da vontade do Pai, ou por trás de nossa teologia ou da aparência de religião se escondem outros interesses?…
Por trás de nossos discursos políticos, há um sincero compromisso com o bem comum, com o interesse público, com prioridade para os que mais precisam, ou busca de poder, de privilégios e vantagens para nós e para o nosso grupo?…
Jesus, hoje, está nos convidando a uma revisão sincera de nossos esquemas e estratégias, enquanto crentes, religiosos e políticos, cidadãos e cidadãs… Sermos honestos com Deus e com o nosso Povo, eis a questão! E a nossa liturgia precisa celebrar esta honestidade. E o nosso canto, ter essa pureza.

 Estamos a caminho das Eleições Municipais… Quanto seria bom, começarmos em tempo, a pensar em nossas responsabilidades com nossa cidade, com a consciência de que, destas eleições, muito dependerá o que ocorrerá com nosso país e com nosso estado, daqui a dois anos… Não interessar-se por política é o pior modo de fazer política: você deixa com os outros a responsabilidade de decidir por você… E quem sabe o que os outros decidirão?… Só não vê quem não quer o que aqueles e aquelas que foram eleitos nas eleições passadas estão fazendo com o país, com a Classe Trabalhadora, com você… Pensando, diante de Deus, você acha mesmo que não tem nada a fazer?… É hora de informar-se: boas rodas de conversa, mesmo virtuais, é o melhor caminho… Discernimento… Desconfiar de qualquer oferta de vantagem individual de última hora… Alertar as pessoas menos conscientes para não vender seu voto… E nosso voto terá tudo a ver com nossa honestidade para com nosso Povo e para com nosso Deus.

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CARTA ENCÍCLICA FRATELLI TUTTI DO PAPA FRANCISCO SOBRE
A FRATERNIDADE E A AMIZADE SOCIAL

  1. «FRATELLI TUTTI» (IRMÃOS TODOS), escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, «o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si». Com poucas e simples palavras, explicou o essencial duma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita.

                                       (… …)

  1. As páginas seguintes não pretendem resumir a doutrina sobre o amor fraterno, mas detêm-se na sua dimensão universal, na sua abertura a todos. Entrego esta encíclica social como humilde contribuição para a reflexão, a fim de que, perante as várias formas atuais de eliminar ou ignorar os outros, sejamos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras. Embora a tenha escrito a partir das minhas convicções cristãs, que me animam e nutrem, procurei fazê-lo de tal maneira que a reflexão se abra ao diálogo com todas as pessoas de boa vontade.
  2. Além disso, quando estava a redigir esta carta, irrompeu de forma inesperada a pandemia do Covid-19 que deixou a descoberto as nossas falsas seguranças. Por cima das várias respostas 2 que deram os diferentes países, ficou evidente a incapacidade de agir em conjunto. Apesar de estarmos superconectados, verificou-se uma fragmentação que tornou mais difícil resolver os problemas que nos afetam a todos. Se alguém pensa que se tratava apenas de fazer funcionar melhor o que já fazíamos, ou que a única lição a tirar é que devemos melhorar os sistemas e regras já existentes, está a negar a realidade.8. Desejo ardentemente que, neste tempo que nos cabe viver, reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana, possamos fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade. Entre todos: «Aqui está um ótimo segredo para sonhar e tornar a nossa vida uma bela aventura. Ninguém pode enfrentar a vida isoladamente (…); precisamos duma comunidade que nos apoie, que nos auxilie e dentro da qual nos ajudemos mutuamente a olhar em frente. Como é importante sonhar juntos! (…) Sozinho, corres o risco de ter miragens, vendo aquilo que não existe; é juntos que se constroem os sonhos». Sonhemos como uma única humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que nos alberga a todos, cada qual com a riqueza da sua fé ou das suas convicções, cada qual com a própria voz, mas todos irmãos.

 

 2 – DOMINGO DO ÚNICO MANDAMENTO
Ex 22,20-26/1Ts 1,5c-10
Mt 22,34-40

As coisas de Deus são simples, claras e verdadeiras. Nós é que complicamos tudo, por conta de nossos instintos, de nossos medos e do nosso entranhado egoísmo.
O medo de perder, então, fruto do nosso instinto de conservação, nos leva a encontrar, a cada situação e desafio, novas razões e argumentos para nos fecharmos aos apelos de Deus e aos clamores da Humanidade…

No entanto, insiste Jesus, tudo quanto se encontra na Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento, tudo se resume num único Mandamento, que tem duas faces:
AMAR A DEUS e AMAR O/A IRMÃO/Ã!

E um outro evangelista, João, numa sua carta, vai nos tirar qualquer dúvida:
quem não for capaz de amar o irmão, tão à vista, e diz que ama a um Deus que não se vê, é mentiroso!

Em toda celebração, é a verdade dessa prática que está em jogo, e o nosso canto é consequência.
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Dia 4 de outubro, fomos alegremente surpreendidos pela Encíclica do Papa Francisco, FRATELLI TUTTI, todos Irmãos e Irmãs! E Francisco, nosso irmão maior, fala de AMIZADE SOCIAL!
15 dias depois, domingo passado, 18 de outubro, podemos assistir ao mais recente espetáculo de Amizade Social: o Povo Boliviano, um ano depois do golpe dado contra a Democracia, dá a volta por cima. Elege um Presidente Socialista. E grita pelas ruas, em festa: EL PUEBLO UNIDO JAMÁS SERÁ VENCIDO!
“Amizade Social” é isso, um povo unido e organizado pela base, consciente dos seus direitos, da sua soberania, virando o jogo que os poderosos entreguistas queriam impor a seu país.  Gente querida, vamos nos alegrar e louvar  Deus: o povo boliviano, a maioria indígena, gente há séculos oprimida e explorada, irmanada pelo Amor e pela consciência de sua dignidade, resgata a sua cidadania! Viva a Bolívia! E NÓS?…

………………………

PAPA FRANCISCO, na Encíclica FRATELLI TUTTI, nos convida à  AMIZADE SOCIAL:

5. As questões relacionadas com a fraternidade e a amizade social sempre estiveram entre as minhas preocupações. A elas me referi repetidamente nos últimos anos e em vários lugares. Nesta encíclica, quis reunir muitas dessas intervenções, situando-as num contexto mais amplo de reflexão. Além disso, se na redação da Laudato si’tive uma fonte de inspiração no meu irmão Bartolomeu, o Patriarca ortodoxo que propunha com grande vigor o cuidado da criação, agora senti-me especialmente estimulado pelo Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb, com quem me encontrei, em Abu Dhabi, para lembrar que Deus «criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade, e os chamou a conviver entre si como irmãos».Não se tratou de mero ato diplomático, mas duma reflexão feita em diálogo e dum compromisso conjunto. Esta encíclica reúne e desenvolve grandes temas expostos naquele documento que assinamos juntos. E aqui, na minha linguagem própria, acolhi também numerosas cartas e documentos com reflexões que recebi de tantas pessoas e grupos de todo o mundo.

6. As páginas seguintes não pretendem resumir a doutrina sobre o amor fraterno, mas detêm-se na sua dimensão universal, na sua abertura a todos. Entrego esta encíclica social como humilde contribuição para a reflexão, a fim de que, perante as várias formas atuais de eliminar ou ignorar os outros, sejamos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras. Embora a tenha escrito a partir das minhas convicções cristãs, que me animam e nutrem, procurei fazê-lo de tal maneira que a reflexão se abra ao diálogo com todas as pessoas de boa vontade

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ELEIÇÕES 2020!
FIQUE DE OLHO! NÃO SE DEIXE ENGANAR!
NÃO ACREDITE EM MENTIRAS! DESCONFIE DAS PROMESSAS!

 >>20 PERGUNTAS DE UM ELEITOR, DE ELEITORA CONSCIENTE<<

É importante criar oportunidades de conversa e debate com as pessoas que se apresentam como candidat@s. Presencial ou virtualmente é importante chama-l@s à responsabilidade:

1 – Preciso saber, ao menos um pouco, sobre sua história. Você pode contar?

2 – Qual é a sua proposta para melhorar o atendimento à saúde pública no nosso município?

3 – Para melhorar a qualidade da educação pública aqui em nosso município, qual é sua proposta? Quais são os seus planos para as escolas de nosso município?

4 – Quais são as suas propostas para o transporte público em nosso município, a pavimentação das ruas, a melhoria do trânsito, a construção de ciclovias e de sinalização adequada?

5 – Qual é a sua proposta concreta para melhorar a segurança pública em nosso bairro e em nosso município?

6 – Como o senhor ou a senhora pretende ajudar as famílias mais pobres, que precisam de ajuda da Prefeitura?

7 – O senhor ou a senhora tem algum projeto de construção de moradias populares para o nosso município?

8 – Quais são as suas principais propostas para a agricultura familiar, priorizando a alimentação sem veneno?

9 – E para a cultura, o cuidado com o patrimônio histórico e cultural e o incentivo aos artistas locais, quais as suas propostas?

10 – O senhor ou a senhora sabe para onde vai o lixo produzido na nossa cidade? O senhor ou a senhora está preocupado com a questão ambiental? Tem alguma proposta sobre esse assunto?

11 – O senhor ou a senhora conhece a situação do abastecimento de água de nosso município? Com o aquecimento global, qual é a situação da nossa região quanto a esse assunto e quais são as suas propostas?

12 – O saneamento básico é uma das questões mais importantes no nosso município. Como o senhor ou a senhora vai ajudar a melhorar a coleta e o tratamento dos esgotos?

13 – A violação dos Direitos Humanos tem sido cada vez maior, principalmente das pessoas, famílias e comunidades pobres. Como o senhor ou a senhora pretende apoiar as lutas pelos Direitos Humanos?

14 – No mundo todo, mas em especial no Brasil, a desigualdade social está crescendo muito, não tem como negar! Qual é sua proposta concreta de distribuição de renda em nosso município?

15 – O senhor ou a senhora está gastando muito dinheiro em sua campanha? Como o senhor ou a senhor pretende pagar essas despesas?

16 – O senhor ou a senhora está comprometido com a transparência e a seriedade no uso do dinheiro público e se compromete a não usar de seu cargo para beneficiar parentes e amigos, em prejuízo do interesse comum? Que acha do exemplo do ex-presidente do Uruguai, José Mujica, que manteve como Presidente da República, o mesmo modesto padrão de vida que tinha antes?…

17 – Qual é mesmo o seu Partido Político? O senhor ou a senhora tem orgulho ou vergonha dele? Por quê?

18 – O que o seu Partido Político pensa sobre temas de interesse mundial como a proteção ao meio ambiente, a luta contra a desigualdade social, o racismo e todas as formas de preconceito?

19 – O seu Partido Político e o senhor ou a senhora estão contando com o apoio do atual Presidente da República? poderia me dar um exemplo de alguma Política Pública de iniciativa dele com o qual você concorda e outro exemplo do qual você discorda?

20 – Como o senhor ou a senhora pretende ouvir e dialogar com a população, caso seja eleito?

Texto base da Comissão Dominicana de Justiça e Paz,
Adaptado e acrescido por Reginaldo Veloso,
presbítero leigo das CEBs

3 – SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS E SANTAS
Mt 5,1-12

A palavra usada por Jesus, “Felizes!”, corresponde ao nosso “Parabéns!”.
Jesus felicita aquelas pessoas que fazem a diferença, do ponto de vista do Reino de Deus. E ser santo ou santa não é mais nem menos que isso:
– sentir-se e colocar-se, diante de Deus e dos seus semelhantes, como alguém que precisa de tudo e de todos, do Pai e dos irmãos e irmãs, um pobre, uma pobre, isto é, sem outra pretensão que estar à disposição do Pai”, colocar-se a serviço dos irmãos e irmãs…
– tomar pra si a dor alheia, ser solidário no sofrimento,
– ser incapaz “de matar uma formiga”, de violentar quem quer que seja…
– ter fome e sede da Justiça do Reino, indignar-se perante toda injustiça…
– ser capaz de compreender e perdoar…
– ter um coração sincero, sem dolo, sem falsidade, sem hipocrisia…
– trabalhar pela paz…
– mesmo que para isso tenha ser mal visto, odiado e perseguido!
Antes de nós, as pessoas que hoje homenageamos como Santos e Santas já receberam os “parabéns” de JESUS!
Cabe a nós espelharmo-nos neles e nelas, e procurarmos fazer a diferença, como eles e elas fizeram, onde quer que a vida nos coloque! Somente assim, nossa homenagem será sincera, e honesta, a nossa devoção aos santos e santas. O mundo precisa de testemunhas do bem, mais do que de técnicos do progresso e de pregadores da religião. Como dizia Gandhi: “Seja você mesmo a mudança que deseja para o mundo!” E Agostinho Neto, o primeiro presidente socialista de Angola, completa: “Não basta que seja pura e justa a nossa causa. É preciso que a pureza e a justiça estejam dentro de nós!”.

Seremos capazes de enxergar, hoje,  a santidade elogiada por Jesus:
– na alegria do povo boliviano ao celebrar a conquista da democracia e da  soberania popular?…

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No correr de duas semanas, acabam de acontecer na América do Sul duas esplendorosas conquistas de povos que têm fome e sede da Justiça, de gente que trabalha pela paz, de quem, em meio a perseguições e violências, faz valer seu direito à democracia social, a busca de dignidade, igualdade e soberania… É o Povo das Bem-Aventuranças! “Sinais dos Tempos”! Cá entre nós, brasileiros e brasileiras  seremos capazes, pelo menos, de fazer dessas eleições municipais, um passo importante em busca de um país democrático, justo e soberano?…

 4 – CELEBRANDO A SAUDADE E A ESPERANÇA: ADEUS!
ADEUS!
O culto em memória dos “Defuntos” é tão antigo quanto a própria morte…
Nós cristãos e cristãs, porém, seguidores e seguidoras d’Aquele que morreu, mas ressuscitou, quando homenageamos as pessoas que terminaram suas vidas neste mundo (“finados”), não lembramos “mortos”… Não valeria a pena gastar tanta energia e emoção, se quem morreu, “se acabou”…
Sobretudo, quando a lembrança que temos é de alguém que fez de sua vida uma expressão de amor, aí é que seria um absurdo imaginar essa pessoa como “morta”.
Afinal de contas, a fé na Ressurreição é a fé na vitória do Amor. O Amor para nós é sinônimo de “vida eterna”, porque o Amor é Deus, “pois Deus é amor”, assim se lê na 1ª Carta de João 4,8.
A tradição cristã, então, em vez de lembrar os que morreram com lamúrias e lamentações, faz memória dessas pessoas com cantos, hinos e salmos de esperança.
E por mais que soe triste a nossos ouvidos a palavra “Defunto”, essa é a palavra correta.  “Defunta” é a pessoa que desempenhou seu papel completamente, cumpriu sua missão, como diz o Apóstolo Paulo, “combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2ª Carta a Timóteo 4,7).
E a gente se despede destas pessoas ou faz memória delas, reverenciando-as e dizendo, esperançosamente “Adeus!”, isto é, professando nossa fé na certeza do reencontro, um dia, com elas, nada menos que “em Deus”, na “Casa do Pai-Mãe” de todos e todas nós, em Jesus Cristo que morreu e ressuscitou.
Este Dia de Finados de 2020 ocorre em meio a um quadro desolador: O império da morte se estabeleceu neste país. São 160.000 mortos, nem tanto pela pandemia, quanto pelo descaso de um desgoverno federal, que, questionado, tem como resposta a frieza de um “E daí?”… A este Anticristo, que engana boa parte do povo, devemos a destruição de nossas florestas, o envenenamento do solo e das águas, a destruição dos Direitos Trabalhistas, a venda do patrimônio nacional. Até quando?

 Obs: REGINALDO VELOSO, presbítero leigo das CEBs (essa é minha condição eclesiástica atual, o que me deixa particularmente feliz)
– Membro do MTC (Equipe Maria Lorena – Recife)  (terminou meu “mandato” como “Assistente Regional”)

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