Voltei a ser criança… lembrei que era arqueólogo,
Tempo… tempo…tempo
Olhei a sensação dos meus anos…
O tempo passou a noite conversou comigo,
Ah, tempo …. tempo… sim, o que é mesmo o tempo?
Nos preparamos para muito… e vivemos por menos…
Tudo é um memento…
Por um instante me encontrava no primaveril primordial da vida,
Por um instante…. já não era o agora… e meu agora era alongado dentro da eternidade,
Então lá estava contando os meus dias,
Instante, agora, momentos… lá estava sendo o primordial,
Me encontrava no menos tempo e em todo tempo para o meu existir.
Estava eu ali à viver,
Contar meus dias; o que tenho vivido no meu instante?
A vida é um instante distendido num futuro de possibilidades,
Será o instante um agora? Ou ele é uma eternidade? Um passado desde sempre,
O meu infinito interior particular sempiterno do futuro,
Foi então que me sentia infante,
Quanto sou criança me sinto um arqueólogo,
Gosto de futicar no interior de mim, para encontrar o tenro amor,
Ele habita o interior do barro que sou,
Ao encontrar… deleite de doce de alfenim,
Como tudo que é adocicado, comemos primeiro com prazer de comer…
Quando percebermos que estar acabando comenos o doce saboreando profundamente,
Ah, o tempo… um se afastar no saborear …. DESEJO DE ESCAVAR O AMOR,
Profundidade em seu interior,
Hoje não tenho tempo para conversas compridas…
Elas não dizem nada da arqueologia do amor,
Tempo é o afrodisíaco da vida… memória arqueológica do saber-sabor de quem sou,
Por isso gosto de ser criança… ser arqueólogo,
Não tenho tempo para escutar pessoas que falam para se promoverem
Falação… nada dizem de verdadeiro retórica da indagação,
Quero mesmo é na arqueologia desvelar o saber-sabor do amor,
Quem sou no meu tardio envelhecer?
Não apresso o cronológico… tempo é degustação…
Ele se encontra na idade carbônica da terra de onde vim e sou… em bilhões de anos,
O que é o tempo geológico… na pequenez de quem sou?
Tenho um tempo restrito de vida… quero me centrar no meu ser interior,
Não quero ter pressa para explorar a arqueologia do meu ser,
Tenho relíquias amantes entranhadas em mim,
Só quero ter um pacote doce de alfenim… saborear todo meu ser,
Dia após dia… sabor do viver,
Quero no interior do ventre da terra encontra a humanidade… quem sabe compreender meus erros,
Quero considerar a vida numa neblina antes do tempo…
Sempre olhando do outro lado da fatídica existência,
Quero reparar para as minhas responsabilidades… dizer: em tudo fiz o que me era possível,
E andando ao lado da verdade poder sentir a honestidade,
O tempo da arqueologia se aflora na infância… descobri sou luta pela dignidade humana,
Sabendo que realmente vale apena cercar-se de pessoas boas e poder tocar no coração delas,
O tempo é escutou… ele dá golpes em nossas vidas… nos ensina a crescer na suavidade do ser interior,
Sinto em minhas mãos os instrumentos arqueológicos… ando de vagar num apreça das horas,
Trago o tempo com pressa sem ser pressa… uma intensidade da maturidade, poder-ser…
Quero ter tempo de saborear cada doce… nenhum deles deixar de degustar,
Sinto que na suavidade e brancura do alfenim, estou sendo deleitado pelo barro que sou,
O tempo cada vez diz:
Foste chamado deste toda a eternidade para te deitar nos acalantos da terra,
Ah! Tempo…chego ao fim de um novo começo… tempo primordial,
Sim… estou satisfeito… sigo em paz com meus antepassados e com meu existir no mundo,
Ao escavar por muito tempo encontrei a relíquia; UM RELICÁRIO DE AMOR: Compreendi…. sendo compreendido,
Foi me dado duas vidas…
Comecei a meditar…
Na realidade a segunda que se encontra no infinito interior particular,
É compreender que só temos uma vida… ser em-Deus;
Assim, sigo o meu destino… escrevendo,
Fazendo poesia … ser no poetizar o fluir de mim…
Como barro amassado pelo oleiro,
Ele está inflando o meu ser interior,
Pronto para colher no Éden das palavras as poesias mais lindas,
Sendo por dentro da arqueologia do meu sertão… um saboreador do luar,
Colheita sou do puro chão… sou beleza sertaneja,
Um pensar revirando a lógica do amar… sou apena a rima na arqueologia da paixão,
Poesia é arqueologia da vida sendo falada nas palavras da paixão.
Mauricio Soares
Sou o tempo num doce de alfenim