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Farda nova, colégio novo, novos amigos, novo professores…
Tanto a reparar, tanto a descobrir. O colégio era enorme, lindo.
Mas logo no primeiro dia algo maior me encantou (maior?). …
Um besourinho vermelho com bolinhas pretas. Lindo. Estavam em tantas folhas.
Fiquei impressionada com a delicadeza. Parecia que as bolinhas tinham sido pintadas de hidrocor por mãos bem certeiras!
Antes de entrar eu parava e colocava uma em minha mão. Que mania de questionar!
Mas ela era perfeita! Tão linda, tão pequena. O que fazia o dia todo? Teria vindo ao mundo apenas para silenciosamente encantar? Quantos a percebiam? O que comiam?
Um dia coloquei uma no meu estojo. Quando entrei na sala, logo me arrependi.
Claro que ela iria morrer! Contei os segundos para a aula terminar e meu assassinato não se concluir. Foi com alívio que ouvi tocar. Corri e a coloquei na primeira folha que vi.
Parecia ter voltado a respirar com ela. O lugar dela era ali, mesmo que poucos a vissem, mesmo que nada falasse, mesmo que nem parecesse respirar.
Assim comecei a prestar atenção às coisas que ninguém percebe, que ninguém vê e que ninguém se importa. E descobri que são as mais belas e perfeitas.
Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/
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