1 de outubro de 2020
“de que vale ganhar o mundo inteiro e perder a sua essência…”
- Cresce o número de pessoas atraídas pela filosofia minimalista. Em outros tempos, ela já teve outros nomes e outros adeptos. Por várias razões, as pessoas descobrem que o intenso acúmulo não faz ninguém feliz.
- Ou porque se cansam da vida que levam. Ou por moda: parecer despojado. Ou esperteza: livrar-se de encargos. Existe até campanha do “desapegue-se” como forma de se livrar de objetos desnecessários que se amontoam.
- O minimalismo, como estilo de vida, atrai porque simplifica a existência ao propor a eliminação de excessos e manter o essencial. É mais que desfazer-se de penduricalhos: é descobrir um tesouro maior que não se acaba.
- A beleza é simples, dispensa adornos criados pelo mercado. Ter sempre mais leva a ser sempre menos. Poder sempre mais leva à solidão. A busca insana de aparecer leva à angústia. Sabedoria é o prazer de saborear.
- Muitos místicos viveram a “austeridade de vida” que significa ter o necessário, mas não ter supérfluo. Uma freira, de família bem rica, só tinha um par de sapato. Dizia que só tinha dois pés – era espiritualidade e protesto.
- Francisco de Assis radicalizou no ‘esvaziamento’. Como o mestre, desnudou-se da aparência de poder que humilha os deserdados, rompe a fraternidade e desvia de viver e anunciar a “perfeita alegria” do Reino, desde já.
- A pandemia, sobretudo para quem ficou entubado e reviveu, mostrou que pouca coisa é essencial. Viram que, numa fração de tempo, toda avidez vira pó, pois, não passa de um canto de sereia. Inteligência é apreciar a vida.
- A experiência do minimalismo ao apostar na posse do necessário, rompe com a preocupação e a angústia. E pode comprometer na construção do sistema solidário onde todos aportam o melhor de si e recebem o que necessitam. 1º. de outubro/2020
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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