Começamos a projetar a vida, para um novo tempo, dentro de uma nova realidade que é a retomada da rotina diante do desafio de saber conviver com essa Pandemia, ainda sem fim. Surgem assim novos olhares sobre o novo normal, exigindo a ressignificação em nosso modo de proceder com os outros e com o mundo. A atenção com a saúde passou a ser fundamental e o cuidar tem que ocupar o topo da escala de valores.

Tudo o que estamos vivendo não deixará nada ser como antes, mas muita coisa poderá ser melhor como nunca foi. Mergulhamos nesse tempo obscuro, dentro do mesmo mundo em que sempre vivemos, mas sairemos transformados, assim como o próprio mundo também.

Heráclito, por volta de 450 a.C., refletiu que tudo está em constante movimento, o mundo passa por criações e destruições perpétuas, porque tudo flui, tudo muda. O filósofo se atualiza no que vivemos hoje com destruições, criações e mudanças… bem como, com o “tudo flui”!

Dentre tantas transformações, possivelmente, as famílias nunca tiveram que conviver por tanto tempo tão próximas, com os pais ainda mais presentes na vida dos filhos, inclusive no processo de educação formal, conhecendo melhor a relação entre aluno e escola.

Para muitos é uma experiência que gera confusão na identidade de ser família, causando mal estar por achar que este papel da escola fora transferido para si. Noutras famílias, a Pandemia revelou um perfil da identidade familiar que é fazer parte da educação dos filhos, conhecendo esse processo, oferendo apoio e estímulo. A família jamais terá que deixar a sua identidade de estar encarnada na construção da história dos seus filhos. Ser família não é ser a escola. E a escola não pode querer ser a família. Ambas precisam ser parceiras de um só projeto, a formação e o crescimento das nossas crianças e jovens, amigas e parceiras por uma mesma causa!

Oxalá essa Pandemia se torne numa oportunidade de revisão de identidade para família e escola saberem mais das suas possibilidades, no compromisso com a educação e felicidade de seus filhos e alunos.

Que ninguém saia pior desse tempo de crise, mas transformados para sermos mais…e melhores!

“Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. (…) Portanto, o real é sempre fruto da mudança.” (Heráclito).

Ivan Rodrigues
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Psicólogo, Educador e representante do Colégio Antares no Programa das Escolas Associadas da UNESCO.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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