1 de outubro de 2020
Estamos em pleno mês de outubro, que sempre descortina diante de nós o vasto panorama missionário.
A sintonia entre semana e mês, sugere a sintonia da vida com a missão. O mês missionário vai terminar, mas a missão vai continuar.
E´ sempre salutar perceber os desafios que a missão apresenta. Vivemos num continente que se confessa cristão, e faz questão de ser assim identificado. Mas neste continente se vive um Evangelho de baixa intensidade, para usar uma expressão que foi criada para outros contextos.
Pois na verdade, a história comprova que os povos da América Latina receberam, sim, a graça da fé cristã, que é sempre um dom gratuito de Deus. Mas este dom precisa ser bem acolhido, e cultivado, para que produza frutos de vida verdadeira.
Na sempre lembrada Conferência de Aparecida, foi colocada uma finalidade, que serve de comprovação da autenticidade cristã do continente. “Para que nossos povos em Cristo tenham vida”. Aos poucos vai aparecendo com mais clareza a força desta finalidade. A promoção da vida de nossos povos faz parte da missão da Igreja!
Daí decorre que o empenho pela vida, que se traduz sobretudo nas diversas “pastorais sociais” e na organização da Cáritas, faz parte da missão da Igreja. Portanto, fazer pastoral social não é uma “distração secundária” da atividade da Igreja, mas um compromisso que decorre da missão da Igreja.
Outro apelo que aos poucos vai também emergindo com mais clareza, é o “estado permanente de missão”, em que a Igreja procura se manter. Ele se justifica porque a cada dia, em cada circunstância, somos chamados a viver o Evangelho de Cristo, e fazê-lo frutificar em obra de vida a serviço de nossos irmãos.
Obs: O autor é Bispo Emérito de Jales.