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Foi assim que o diretor de L”Osservatore Romano”, Giovanni Maria Vian caracterizou o novo volume da obra “Jesus de Nazaré” de Bento 16, que faz profunda reflexão teológica sobre a vida e a pessoa de Jesus, abrangendo da entrada em Jerusalém à Ressurreição, continuando o volume anterior, que compreendia do Batismo no Jordão à Transfiguração. Fica a expectativa do que será o primeiro volume, do Nascimento ao Início da vida pública.  Apresentado  na sala de imprensa da Santa Sé em 10 de março último, o livro apresenta números  impressionantes desta obra, única no gênero:  sete edições iniciais num total de um milhão e duzentas mil cópias e contratos assinados com 22 editoras ao redor do mundo, num complexo trabalho editorial, comandado pela Livraria Editora Vaticana. Aqui é oportuno recordar que, ao assumir o pontificado, Joseph Ratzinger abriu mão de todos os seus direitos autorais em favor da Santa Sé. Até 2007,  eram mais de 600 artigos e uma centena de livros.

Não deixa de ser curioso conhecer o método utilizado pelo Papa Ratzinger para escrever seus livros, em meio a tantas ocupações de um pontificado particularmente dinâmico como o seu.. Ele escreve a lápis com sua inconfundível caligrafia miúda; a secretária Birgit Wansing digita o texto no computador; e nesse caso, o seu secretário particular, Monsenhor George Gänswein, a um ano e meio atrás, entregou o pen drive com o texto digitado ao Padre Giuseppe Costa, diretor da Livraria Editora do Vaticano. Obviamente ele escreve em alemão e há problemas nas traduções. Como já foram vários os tradutores italianos de suas obras nem sempre são homogêneas e há o perigo de trair o pensamento do autor. Como, por exemplo, aconteceu com  a tradução chinesa da parte anterior, que  não correspondeu à linguagem teológica. São todas informações do “L´Osservatore Romano”, o jornal do Vaticano.

Em novembro, saiu o livro-entrevista com Peter Seewald, ao qual Bento 16 concedeu uma hora por dia, de segunda a sábado, em suas férias de verão, em Castelgandolfo. O autor é um publicista que vive em Munique e já escrevera outros livros sobre o Papa Ratzinger e dois livros-entrevistas, O Sal da Terra Deus e o mundo. Este de agora tem por título Luz do Mundo, que a edição portuguesa traz na capa com a letra manuscrita do próprio Papa. Seewald explica na orelha do livro algumas das perguntas que ele fez ao seu entrevistado. Como se vê a si próprio Bento 16 e o seu pontificado? O que pretende alcançar? Como avalia as exigências de reformas na Igreja?  Como vê a situação do ecumenismo e as relações com os judeus e os muçulmanos? Como o Papa vê a sociedade ocidental de hoje, cada vez mais indiferente à fé e qual a proposta do cristianismo para os tempos atuais?

O livro conclui com um precioso Apêndice, com os trechos mais significativos da carta aos católicos da Irlanda sobre a pedofilia, um excerto do famoso discurso de Ratisbona sobre Fé e Violência, a controvertida posição do Papa sobre a AIDS na entrevista durante o voo para os Camarões em 2009 e uma cronologia de sua vida e de seu pontificado  até o fim de 2010.

O próprio autor classifica seu livro como “um fiel retrato do atual pontificado e do homem que a ele preside”.  E concordamos com ele.

Obs: O autor é  arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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