resomar 1 de setembro de 2020

Há quem diga que a distância não afasta as pessoas…
Há quem diga que o amor sobrevive a todas as adversidades…

Eu até concordo com quem pensa assim, mas o que me tortura tremendamente é o silêncio emudecido, que não consegue ou que não quer conscientemente partilhar, que expressa através de atitudes “ser melhor, ou mais prudente, que seja assim…”

Quando o rumo da alma ou da palavra se desintegra, o grito explode e o inconformismo tremula no crepúsculo…
Quando a ausência dos momentos vividos sopra de leve as cinzas ou a poeira da saudade, questiono o lamento nesta tremenda solidão, aprisionada na dor inquieta da espera…

A história se repete na turbulência do olhar, na face trêmula de arrepios, onde as lágrimas percorrem os passos impensados e desconhecidos…
Sinto com intensidade que tudo tem um custo…
Viver será sempre essa agonia desesperada de desejar ardentemente um gesto que rompa fronteiras…

Já não consigo mais administrar incertezas…
Já não consigo mais carregar sonhos dispersos no caminho…

Não se trata de ignorar as situações confusas, mas de buscar o equilíbrio e a força para deixar-me, ainda que no cansaço, transpor as perplexidades do pensamento e colher o instante do coração…

Indago até quando nossas sombras ausentes nos perseguirão, ou nossas rugas (des)coloridas de espanto rasgarão nossos desejos…

Ousadamente te carrego para a areia entorpecente de meus devaneios, e a memória sinaliza um passado que já se foi…
Remendos e espinhos, erros e acertos, dúvidas e medo…
Um súbito toque rasga o tempo e eternizo o momento…
20.07.18 – 18:37h

Obs: Imagem enviada pela autora (retirada de Pixabay)
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Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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