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No Brasil, o dia sete de setembro é celebrado o dia da pátria. O hino nacional, cheio de orgulho e promessas de valentia canta entre outras coisas que: “verás que um filho teu não foge à luta, oh pátria amada idolatrada…” Pura ilusão que o governo e as escolas alimentam, obrigando estudantes a desfilarem nas ruas, como soldados perfilados.

A pastoral social da Igreja Católica, junto com Movimentos populares, há 26 anos vem cultivando a celebração da semana da pátria, com o chamado Grito dos excluídos. Neste ano, devido a pandemia do corona vírus, não houve manifestações dos excluídos nas ruas das cidades, mas foi utilizada a internet com a novidade das lives.

Em Santarém, Estado do Pará foi preparada uma semana de lives, produzidas por vários movimentos populares e pastorais sociais da arquidiocese. Utilizando o tema nacional, “Vida em primeiro lugar; e lema: “basta de miséria, preconceito e repressão. Queremos trabalho, terra, teto e participação”. Com esta motivação as lives em Santarém desenvolveram seis focos: grito da terra e do território; grito da pesca, artesanato e da agricultura familiar; grito da democracia violentada pela militarização; grito das mulheres, grito da cidade e da moradia nas periferias.

Houve ainda uma seresta cultural dentro da semana do Grito. A opção de promover o formato das lives da internet, foi muito mais positiva do que uma passeata apenas no dia da pátria.  Cada noite de live teve várias formas de participação, como, visualizações, curtidas, comentários, compartilhamentos e engajamentos. Para se ter uma ideia dos efeitos positivos, o tema democracia violentada pala militarização, uma das que tiveram melhor retorno, recebeu, 612 visualizações e 1.887 pessoas alcançadas. Como o próprio título afirma, o Grito tem sido uma forma de despertar as consciências, tanto dos excluídos, como da elite incluída nos direitos à vida digna, de que a pátria nem está independente, como está muito desigual. Com 210 milhões de filhos dela, apenas 20 por cento, 40 milhões, estão vivendo com certa dignidade. Dos outros, 110 milhões vivem na pobreza e na miséria. 10.09.2020

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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