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O lançamento do sétimo livro de poesia de Cássio Amaral foi dia 29 de agosto (sábado) às 17:00, com um bate-papo sobre o livro descontraído, com a presença dos amigos, dos poetas e escritores: Heleno Álvares, Henrique Pimenta, Rafael Nolli, o poeta português Jorge Vicente, a professora de Português Vivian Sardinha, Luciana Maria de Araújo que é dentista mas gosta muito de Filosofia e Literatura, professor Daniel Rodrigo Césário da Silva , professor Maurício Pereira , a amiga Talma Macedo admiradora da poesia e da música , minha ex esposa Maeles Geisler que é poeta e minha filha Malu (Maria Luiza Amaral).
Falamos do meu processo de criação, dos poemas e haikais do livro. Da minha influência do Japão, do meu fazer poético de 2001 quando lancei o LUA INSANA SOL DEMENTE, meu livro de estreia até agora em 2020 no meio da pandemia que imprimi o ÁTIMO.
Átimo é um livro de Haikais, onde está dividido em quatro seções:
SOL, LUA, TERRA E ÉTER. Há um poema longo que abre os haikais. Sendo que SOL, LUA, TERRA são a forma do Ikebana na escola SANGUETSU de Ikebana criada por Mokiti Okada, fundador da Igreja Messiânica Mundial, também chamado pelos seus seguidores como de MEISHU-SAMA (SENHOR DA LUZ).
Há nos haikais a contemplação à natureza, a vida e as coisas. Os haikais desse livro não seguem a linha tradicional de 5,7,5 sílabas mas são de valorização à vida, ao homem e sua caminhada na trajetória terrestre.
O haikai nasceu no Japão no século XVI, mas já no século XIII era composto pelos mestres poetas do zen budismo, os haijins (Hai de Haikai e Jin de poeta, aquele que escreve os versos do haikais),sendo que o Haikai veio do Renga ou Tanka, um poema de 31 sílabas, foi tirado os últimos versos de 14 sílabas e ficou 5 sílabas no primeiro verso, 7 sílabas no segundo verso e 5 sílabas no terceiro verso. Sendo chamado de Hokku ou Haiku também.
O haijin (poeta do haikai) não fala de si mesmo e nem usa rimas, embora houve uma mutação no haikai quando ele veio para o Ocidente. Enfim, o Haijin fala das estações do ano, da natureza, da contemplação à vida, usa de ironia, ou é grave, podendo ser também alegre. Ele se integra a natureza. Reginald Horace Blyth tradutor e escritor inglês, admirador da cultura japonesa e do haikai nos aponta no Livro dos HAIKAIS traduzido por OLGA SAVARY, que o haikai não pertence ao zen, mas o zen pertence ao Haikai. Lembrando que OLGA SAVARY foi uma das precursoras na escrita do HAIKAI no Brasil, além de tradutora. Traduziu também os livros de Pablo Neruda. Além de grande poeta e escritora, era grande haikaísta.
O clima do Lançamento foi de carinho, amizade, de um bom bate-papo. Onde os amigos também deram suas opiniões e fizeram perguntas sobre o livro.
Alguns haikais que se encontram no livro:
haikai do sol
coração, silêncio
amanhece vida.
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zen o brilho toca
a relva de leve
sol alimenta o caminho.
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lua cheia
me pega
em cheio.
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Átimo
riscar palavras no caminho.
surpresa na passagem
abrir os olhos no Japão.
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luz no caminho
orvalho diz bom dia
mestre o poço e o sapo
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PARA MATSUO BASHÔ.
I
rã rã rã
o velho tanque
sugere haikai.
II
perambular pelo Japão
é encontrar a natureza
na alma
III
silêncio absoluto
momento zen
a natureza agradece.
IV
Bashô
baixou
em mim.
Obs: Imagens do autor