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Comunidade é o agrupamento que se caracteriza por uma forte coesão, baseada no consenso espontâneo dos indivíduos.

A empresa é uma comunidade humana, vale dizer, a empresa é uma instituição em que as pessoas devem dar-se as mãos.

Por dois caminhos poderemos transformar as empresas em comunidades humanas – pelas reformas estruturais e pelas relações humanas no trabalho.

Da reforma estrutural da empresa, disse João XXIII:

“Deve-se tender para que a empresa se torne uma comunidade de pessoas, nas   relações, nas funções e na situação de todo o seu pessoal.”

O comunitarismo cristão fundamenta-se numa concepção solidária do mundo, na idéia básica de que os homens não foram postos na Terra para se devorarem uns aos outros, como lobos vorazes, mas para mutuamente se ajudarem.

No setor da empresa, a doutrina comunitarista  pretende     fazer de cada unidade industrial, comercial ou agrícola, aquela comunidade de pessoas “nas relações, nas funções e na situação de todo o pessoal”, como disse João XXIII.

O advento do solidarismo implicará na integração dos trabalhadores à empresa, pela participação na propriedade, na gestão e nos lucros dos estabelecimentos.

Ao lado das reformas de estrutura, um caminho bem menos cheio de dificuldades práticas pode também fazer com que a  empresa se aproxime do ideal de se construir numa “comunidade humana”.

Refiro-me as relações humanas no trabalho, programa de ação que consiste em impregnar de fraternidade o ambiente dos bancos, das fábricas, do comércio.

As relações humanas não têm origem e finalidade  utilitárias. mas se baseiam na dignidade da pessoa humana.

As relações humanas devem tender para uma etapa associativa, através do respeito e do diálogo, dando responsabilidade ao operário, na marcha da empresa, e tratando-o  como ser humano, e não como coisa.

         Certamente, a reforma de estrutura das empresas  e um programa de relações humanas competem aos líderes da  indústria e do comércio. Mas não apenas os que comandam têm sua parcela na consecução dos objetivos apontados.

Todos devemos atuar no mundo em que vivemos.

Meditando sobre este  fato, Michel Quoist  escreveu uma das mais belas páginas dos “Poemas para rezar”:

“O pedreiro deitava o tijolo na camada de cimento.
Manejando a pá com segurança, lança-lhe por cima  outra camada.
E, sem pedir-lhe opinião, punha por cima outro tijolo. As paredes cresciam a olhos vistos, a casa ia   elevando-se alta e sólida para abrigar os homens.

Tenho pensado, Senhor, nesse pobre tijolo,    enterrado ao pé da grande casa.
Ninguém o vê, mas ele desempenha bem seu papel e os outros precisam dele.
Senhor, não importa que eu esteja na cumieira     da casa ou em seus alicerces, contanto que eu seja fiel à  Tua construção.”

Obs: O autor é magistrado aposentado (ES), escritor, professor, palestrante. 
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2197242784380520
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