meninas se deixam dores
dores não morrem nas ruas
ruas se deixam em casa
casas morrem em meninas
casas engolem as dores
dores se choram nas ruas
as ruas engolem meninas
meninas choram sem casa
dores se deixam em casa
em casa se choram ruas
nas ruas morrem meninas
meninas engolem dores
em ruas se deixam casas
em casas se choram dores
dores engolem meninas
meninas morrem nas ruas.
Homenagem a Ernesto Manuel de Melo e Castro, ou M. M. de Melo Castro como assinava, ensaísta, artista plástico e, principalmente, poeta de vanguarda da poesia lusitana dos anos 60. Na sua produção poética cabem infopoesia, poesia erótica, performances e até fractais. Vivia no Brasil há mais de 20 anos e faleceu em São Paulo no último sábado, dia 29.08.2020.
Obs: A autora é mineira. Formada em- Letras pela UFMG, pós-graduou-se na UEMG em Administração Escolar. Às vezes é prosa, outras, poesia. Participou de várias coletâneas, Livro da Tribo, revistas e jornais literários, impressos e virtuais, com poemas, crônicas e contos. Publicou três livros de poesia pela Editora Penalux: Equilibrista (2016), Pontiaguda (2017), Náufraga (2018). Nesse ano, 2020, publicou seu primeiro livro de contos – O Insuspeitável perigo do instante-beijo e outros contos –