1. Amizade, Amizade Exclusiva, Namoro

             “Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que está em vós e que recebestes de Deus? E que, portanto, não pertenceis a vós mesmos? Alguém pagou alto preço pelo vosso resgate; glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo”.  (1Cor 6, 19-20)

Usamos esta citação de São Paulo nas orientações que damos para os jovens, adolescentes e crianças, de uma maneira específica de acordo com a idade. Com relação a sexualidade, falamos da afetividade e do valor do corpo como algo especial que deve ser respeitado, que não deve ser alvo de brincadeiras, desrespeito, abuso ou de violência, mas que merece um cuidado especial.

 São incluídas orientações sobre a alimentação saudável, exercício físico, higiene e outros cuidados que o corpo humano precisa para ser mantido saudável.

Estas orientações ajudam, também, quando é tratado o tema da amizade e do namoro. A tendência hoje, numa sociedade permissiva como nossa, é querer ser “livre” para fazer o que quiser, o que “me dá prazer”, o que “me satisfaz”, o que “me realiza”. Não é fácil orientar os meninos e as meninas, e até as famílias, sobre este assunto de afetividade, amizade e namoro.

Usamos uma frase: “Amizade sim, Namoro, ainda não… somente aos 18 anos de idade em diante”.  A nossa postura sobre isso é o seguinte: Os adolescentes e jovens não tem amadurecimento suficiente de se envolverem num relacionamento exclusivo (namoro), como adultos, querendo conhecer um ao outro melhor antes de pensar num compromisso definitivo, no casamento.

As paixões humanas servem muito bem para o objetivo do divino plano da união conjugal e de criar família, mas soltas muito cedo na vida da pessoa em desenvolvimento, tem suas consequências prejudiciais, que são bem conhecidas. Afeta tudo na vida dos jovens: a vida familiar, a vida estudantil quando se tornar difícil concentrar nos estudos; se isola das amizades saudáveis com os colegas, perde o sorriso aberto, afasta outros rapazes ou meninas que poderiam ser, também, amigos ou amigas e, quem sabe, melhores candidatos para um namoro mais tarde. O relacionamento com Deus é prejudicado porque, “não tenho mais tempo para Ele, nem coragem de encontrá-Lo”!

Os jovens e adolescentes, junto com os pais, que seguem a nossa orientação, amadurecem com paciência no ritmo certo para a sua idade, favorecendo as condições para uma convivência familiar mais equilibrada, amizades saudáveis, estudos atualizados, mais preparados para serem bons candidatos para o programa do “Menor Aprendiz”; são mais felizes!

Temos um outro lema na PAMEN:  “Conversar sim, Brigar não”! Ao longo dos anos tivemos que enfrentar as atitudes divergentes dos participantes na PAMEN, de famílias que vem de bairros diferentes. Sempre tivemos representantes de quase todos os bairros da cidade. Os bairros foram crescendo em número e a rivalidade entre os meninos e as meninas dos bairros diferentes era considerado normal segundo os critérios da época. Precisávamos ficar atentos a qualquer sinal de discussão ou briga. Custou, mas com paciência, perseverança, visitas domiciliares e confiança em Deus, conseguimos alcançar um ambiente de convivência e fraternidade dentro do Centro da PAMEN.  Alguns, de cabeça feita e dura que insistiram na sua atitude de rivalidade deixaram de participar conosco. Mas a maioria aceitou a proposta de entrosamento e partiu para uma convivência fraterna que resultou em várias amizades saudáveis entre eles.

Hoje em dia, mas raramente, ainda acontecem conflitos entre os participantes. Quando acontecem os conflitos, chamamos as pessoas envolvidas e conversamos com elas, num lugar particular, para entender o que aconteceu, procurando encontrar uma solução de comum acordo. Durante o momento de reconciliação eles são pedidos para sentar, relaxar e olhar um para o outro e até chamar pelo nome para enfatizar que o outro existe, está bem aí ao seu lado, é uma pessoa humana como você, um(a) filho(a) de Deus e o(a) meu(minha) irmão(irmã). Depois de uma conversa entre eles, e um possível reconciliação, rezam a oração do Pai Nosso de mãos dadas, e afirmam um compromisso entre eles para terem mais cuidado no relacionamento. O “encontro” é selado com um abraço. Esta é a nossa prática para a reconciliação.

Quando a situação é muita complicada e a raiva muito forte, as vezes precisamos deixar o momento de reconciliação para mais tarde e fica-se satisfeito com o compromisso entre eles para ter cuidado no relacionamento até o encontro de reconciliação marcado para acontecer num outro dia. Às vezes eles se reconciliem sozinhos, antes do encontro marcado.

 Algumas pessoas acham difícil conseguir conduzir menores em situação de risco para se conformarem com algumas práticas, como acabei de descrever. Mas num ambiente onde a pessoa sente-se amada e valorizada, acaba confiando naquele que está conduzindo-o num caminho que sabe que será para o seu bem. Descobrem que dá uma alegria maior quando buscar conviver na fraternidade, do que ficar fechado dentro de si, querendo provar que é o mais forte e macho valente ou menina orgulhasa, sempre provocando desunião com atitudes de briga e violência. O testemunho da equipe e a prática dos outros menores, demonstram que é muito melhor viver em paz e união com os outros do que na divisão.

 São João, o discípulo querido de Jesus, nos alerta: “Se alguém disser “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, a Deus, a quem não vê, não poderá amar.  E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também seu irmão”.  (1Jn 4, 20-21)

 Quero mostrar como a PAMEN tem um trabalho bem distinto em algumas questões. Por exemplo, nas atitudes para desenvolver um plano que trate de assuntos delicados com os seus participantes, como o da orientação dos adolescentes e jovens sobre a sexualidade e o uso da “camisinha”.

 De vez em quando alguns estudantes universitários vem com a boa intenção de fornecer orientações para certos aspectos da vida dos participantes da PAMEN. Em muitos casos querem conversar com eles sobre a sexualidade, incluindo como evitar a gravidez se os casais estão se aproximando-se demais, sem os devidos cuidados.

 Alguns grupos, além de orientar sobre a prevenção, também querem oferecer a camisinha para evitar a gravidez, caso que houvesse um contato íntimo. Com este gesto de oferecer a camisinha o(a) orientador(a) está dizendo para o jovem que não confia nele para assumir a sua sexualidade com responsabilidade, obedecendo as orientações mais humanas da Igreja em prevenir-se e viver uma vida feliz, longe de se colocar em  situações complicadas onde se encontra num “Beco Sem Saída”. de entrar num relacionamento íntimo, precoce; reservado para casais comprometidos em união permanente, no casamento.

Uma camisinha talvez evitará a concepção de uma criança ou talvez não (É de mais ou menos 70% eficaz) mas, também, pode ter iniciado o rapaz e/ou a moça num caminho da libertinagem,  praticando o sexo somente para a satisfação do momento, usando o outro como objeto de prazer, sem pensar que seja um encontro de duas pessoas num relacionamento único, que Deus criou para unir o casal comprometido em casamento no amor, para  gerar uma nova criatura para a alegria de todos.

Por isso, Jesus Cristo falou contra qualquer manipulação no relacionamento entre os seres humanos, reservando certas práticas para as pessoas comprometidas e abençoadas com a Graça de Deus.

 Por isso, também, na PAMEN, não permitimos qualquer grupo de fazer qualquer orientação do jeito que quiser, mas seguindo as normas da PAMEN, que são orientações da Igreja Católica a qual pertence. Cada grupo que quer palestrar tem que apresentar para o pedagogo da PAMEN de antemão com um esquema do assunto a ser tratado.  Seria aprovado ou não de acordo com o tema para ser apresentado e como este seria desenvolvido.

Obs: Texto retirado do Livro do autor Pastoral do Menor, com a sua autorização.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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