Padre Beto 15 de agosto de 2020

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O professor de Economia, Walter Vale, precisa ir a Nova York para uma conferência. Porém, descobre que um casal está morando em seu apartamento: Tarek e Zainab, imigrantes ilegais que tocam suas vidas normalmente na Big Apple. Após um habitual período de desentendimentos, o professor acaba propondo abrigo para eles em seu apartamento e, aos poucos, vai se envolvendo com essas pessoas e com o tambor sírio, instrumento que Tarek toca. “O Visitante”, de Thomas McCarthy, é o caminho de descoberta de si mesmo no aprendizado da convivência com o diferente.

Na despedida de Jesus (Jo 15, 26-16,4), no Evangelho de João encontramos o objetivo de todo aquele que deseja ser cristão. “Quem guardar a minha Palavra, eu e meu Pai o amará e viremos fazer morada nele”, diz Jesus. Com estas palavras, o Evangelho estabelece, de uma forma clara, como podemos viver uma sintonia profunda com Deus. “Guardar” aqui não é um exercício de memória, mas na Antiguidade significava viver, manter vivo em atos e ações. A partir do momento em que vivemos os princípios universais que Jesus de Nazaré viveu, Deus se faz morada em nós. Esta sintonia com Deus nos faz lembrar o encontro de Jesus com a samaritana, no Evangelho de Lucas. A mulher estrangeira pergunta para Jesus se Deus deve ser adorado naquele monte ou em Jerusalém. Jesus responde que nem ali e nem em Jerusalém, mas que chegará um tempo em que Deus será adorado em espírito e em verdade. Deus é adorado através de nossa identidade e através de ações que são verdadeiras. Quem assume em sua identidade os princípios pregados pelo Cristo precisa assumi-los em seus comportamentos. Completando a fala sobre a sintonia com Deus, Jesus faz uma distinção entre a paz que Ele oferece e a paz que o mundo pode dar. A paz que o mundo oferece é aquela através do individualismo, quando deixo de prestar atenção ao sofrimento alheio, através da acomodação, quando me acostumo com os meus próprios sofrimentos, através do entretenimento, quando me alieno com a política de pão e circo exercida pela sociedade de consumo. Esta paz é exclusivista e alienadora, além de totalmente frágil. Mas a paz que Jesus oferece é aquela que surge do compromisso com a vida, da vivência de sua palavra. A paz da missão cumprida, realizada, esta é a paz de Deus. Eu tenho esta paz quando não deixo de falar, não sou omisso, e tenho atitudes que se comprometem diante do sofrimento alheio, com a situação das outras pessoas e da sociedade. A vivência da Palavra de Deus começa com o amor profundo ao próximo e isso vivido com seriedade pode me trazer problemas, mas sempre me mantenho em pé, pois Deus me oferece a paz necessária. A paz daquele que não é corrupto, de quem é honesto e de quem luta pela justiça. Esta paz ninguém pode nos tirar.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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