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Depois da capina
meu avô espiava o cochilo da tarde
e dizia:
– O mundo vai acabar!

Minha avó
que recolhia roupas do varal
prendia pregadores no avental
e repetia: Crendiospai!

Todos os dias
antes da lua perfilar estrelas
meu avô ritualizava

Hoje ele espia
o cochilar da tarde
depois de dar descanso à velha enxada
e se cala

No rosto semiárido
brotam fontes de saudade:
o varal agora é um inútil fio de corda
sem a minha avó.

Obs: Imagem enviada pelo autor

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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