Padre Beto 1 de agosto de 2020

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Após descobrir que a carne usada para fazer o hambúrguer servido em seu estabelecimento está contaminada, Don Henderson, executivo da maior rede de fast food dos EUA, faz uma jornada à origem dos alimentos servidos em restaurantes como o dele e descobre fatos nada agradáveis. Adaptação do livro homônimo de Eric Schlosser, “Nação Fast Food”, de Richard Linklater, fala sobre os riscos à saúde da população e ao meio ambiente esta indústria provoca.

Em sua despedida, em Jo 13, 31-35, Jesus sintetiza todo o seu discurso como toda a sua vida em um único mandamento: amai-vos uns aos outros. Esta síntese não pode ser entendida como um mandamento no sentido moderno da palavra, mas como era compreendido na época de Jesus. Mandamento é o mesmo que princípio, algo que me norteia e me faz pensar sobre o meu agir. O mandamento do amor ativa nossa inteligência, pois não é um preceito a ser cumprido, mas um princípio que nos orienta. Afinal, em cada caso, o amor é concretizado de uma determinada forma. Muitas vezes, o amor me exige ações violentas, outras vezes, o amor me faz agir com muita suavidade. Em determinadas situações o amor me impulsiona a falar; em outras, ele me faz calar. Para viver o mandamento do amor nós precisamos pensar, raciocinar sobre nossos atos e ações nas diversas circunstâncias da vida. Além disso, é necessário compreender que o amor bíblico não é o amor sobre o qual normalmente falamos. O amor bíblico não é sinônimo de gostar. Eu posso não me simpatizar com outras pessoas, mas eu não tenho o direito de, por esta razão, feri-las de algum modo. Talvez a palavra mais correta para se traduzir o “agapé”, palavra utilizada no texto bíblico original, seja respeito. É como se Jesus nos falasse: respeitai-vos uns aos outros. O respeito é mais concreto e deixa de ser um sentimento como costumamos compreender o amor. Se desejo ser cristão preciso respeitar as pessoas que me circundam. Respeito, em primeiro lugar, significa deixar que o outro seja e possa se desenvolver da sua forma de ser e de se desenvolver e não da forma como eu queira. O respeito surge da compreensão racional de que o outro possui o direito de ser e viver, assim como eu tenho o direito de ser e viver. Mas não é só isso, pois o respeito ao outro não significa indiferença. Pelo contrário, respeitar o outro é se interessar por sua vida e seus direitos. Por isso, o respeito inclui o diálogo, a compreensão do pensamento do outro. O outro pode ser diferente da minha pessoa e conduzir sua vida de uma forma diversa. Se não estou feliz com isso vou dialogar e tentar convencê-lo ao que eu acho melhor. Mas o que vai prevalecer é o respeito à opção do outro. Assim, nos reconhecerão como discípulos de Jesus, se nos amarmos uns aos outros. Este deve ser o início da caminhada do cristão, como também o final. A concretização de uma vida individual e social, na qual todos sejam respeitados como pessoas humanas, como filhos de Deus, independentemente de sua religião, raça, sexualidade ou opção de vida.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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