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“A vós todos, amados de Deus e chamados à santidade, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (Rm 1,7).
Com ternura e solicitude pastoral, vimos nos dirigir a todos quantos fazem a nossa Igreja em toda a Diocese de Crato: paróquias, capelas, comunidades e famílias. Sempre mais rendamos graças a Deus e cresçamos em comunhão e participação buscando viver a Alegria do Evangelho. É certo que estamos atravessando um contexto particularmente difícil e desafiante por conta da pandemia do novo coronavírus (COVID-19), que tem semeado medo, inquietações, sofrimentos, mortes e muita insegurança.
Antes de tudo, queremos reafirmar nossa esperança e confiança em “Deus, rico em misericórdia” (Ef 2,4), que sempre nos consola em todas as dificuldades e tribulações. A Igreja tem como parte integral e essencial de sua missão a defesa e a promoção da vida. Buscamos semear em todas as ocasiões os valores do Evangelho, incentivando o respeito, o diálogo e a solidariedade, a fim de construirmos uma sociedade mais justa, fraterna, ética, democrática, cuidadora da Casa Comum e, portanto, mais comprometida com os pequenos e pobres. Por tais motivos, seguindo as orientações do Papa Francisco, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mantemos uma permanente atitude de diálogo sincero e colaborativo com as autoridades sanitárias, com o Ministério da Saúde e os Governos na prevenção do contágio da COVID-19.
Assim, acompanhando a situação de cada novo dia em nosso Estado do Ceará e, particularmente no território da Diocese de Crato, temos a clareza de que ainda é necessário um pouco mais de tempo até que alcancemos o integral restabelecimento da vida eclesial de nossas comunidades. É segura a nossa convicção que nada pode e nem deve substituir a vida sacramental e litúrgica. Porém, por motivo de cautela, frente à disseminação do contágio do coronavírus e do significativo aumento de óbitos, sentimo-nos no dever de manter as restrições em relação às celebrações públicas e outras ações litúrgicas e pastorais. Entendemos que esta atitude representa atenção responsável e cuidadosa, mesmo que cause sofrimento espiritual, estranheza e limitações não desejáveis.
O nosso caminho ainda é servir-nos dos Meios de comunicação e das Redes Sociais que têm grande abrangência e, seguramente, são instrumentos valiosos para levar a mensagem cristã, motivar a vida da “igreja doméstica”, fortalecer a prática da oração pessoal e familiar, assim como incentivar os gestos de partilha e solidariedade. A Igreja está viva e vem atuando com criatividade e boa vontade, a fim de alimentar a chama da fé, da esperança e da caridade, a exemplo dessa atitude foi lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Cáritas Brasileira a campanha “É tempo de cuidar”, estimulando solidariedade, doações e apoio religioso e emocional. Muitíssimas outras iniciativas bonitas e gestos dessa natureza estão sendo realizados em caráter local.
Gostaríamos também de, no espírito de Jesus, o Bom Pastor, o Crucificado Ressuscitado, levar uma palavra de solidariedade e alento aos doentes, aos fragilizados e particularmente às famílias que perderam membros queridos vitimados pela COVID-19, como também aos profissionais de saúde, que combatem em linha de frente buscando salvar preciosas vidas. Que Deus guarde e abençoe a todos e a todas.
Para finalizar a presente mensagem, expressamos a mais viva gratidão pela fidelidade dos fiéis ao Dízimo e outras partilhas nas Paróquias e Comunidades, sinais evidentes de compromisso e valorização do nosso “ser Igreja”: Comunhão de Comunidades. Vimos ainda também pedir encarecidamente, que todos colaborem com as medidas sanitárias, com o distanciamento social, esforçando-se para permanecer o mais possível em casa, usando de bom senso e paciência para que, o quanto antes, possamos vencer essa difícil situação que se abateu sobre a humanidade. Contem com a nossa profunda estima, oração e comunhão fraterna. Que Nossa Senhora da Penha, Padroeira da Diocese, a quem invocamos como Mãe do Belo Amor, Saúde dos enfermos e Rainha da Paz, juntamente com São José e com todos os Santos e Santas Padroeiros de nossas Paróquias intercedam pela superação desse mal, em vista do bem dos seres humanos e da maior glória de Deus.
Crato, 20 de junho de 2020.
Dom Gilberto Pastana de Oliveira Bispo Diocesano
Obs: O autor é Bispo Diocesano de Crato.