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(Em dedicação ao Mateus Marinho (o menino poeta obidense) e ao menino poeta que um dia fui)

Assim como o menino das águas, aquele lá do Paraná de Baixo, conheci um menino que também sonhava sem ser poeta. Este, lá das águas do Tapajós.

Lembro que sua experiência marcante com a poesia foi na escola, em forma de paráfrase do poema Canção do Exílio de Gonçalves Dias. Relacionou a saudade da terra com a nostalgia das mulheres brasileiras (hoje, condenaria essa paráfrase/poema). Além da escrita, também declamou contagiando a todos. A partir dali incorporou a 𝙋𝙤𝙞𝙚𝙨𝙞𝙨 e tanto na escola, e principalmente, na comunidade cristã, fez do púlpito o palco de suas poesias. Os poemas, guardava escritos a mão em um antigo caderno (daqueles que os meninos de hoje certamente não terão). O menino, assim como o pequeno poeta do Paraná de Baixo, “começou a escrever seu próprio poema”, e assim como aquele sonhou em se transformar num poeta. Tornou-se? Antes de sabermos é preciso pensar no que é ser poeta. Já se perguntou, amigo leitor? Antes disso, recordo de um antigo livro didático que o fazer poética (ação de fazer poesias, poemas) não seria dom ou inspiração de alguma divindade. No livro, constava que esse fazer é 10% inspiração e 90% transpiração. Voltemos ao que é ser poeta…

Adicionando uma compreensão dicionarista (Houaiss) Poeta: escritor ou escritora que compõe poesia; aquele que é dado a devaneios ou tem caráter idealista. Ou ainda, aquele que é capaz de poetizar. Assim sendo, a trajetória poética da vida dos meninos (o do Tapajós e o do Paraná de Baixo), autoriza chamá-los de poetas. O primeiro, enveredou pelo caminho das Letras acadêmicas. E, hoje, autointitula-se Pescador de Literatura. O segundo, cujo sonho é um dia se tornar um grande poeta, pela inocência da idade, ainda não se deu conta que já é um poeta. Pois, é capaz de sentir a sensibilidade do mundo, de pensar a vida e concretizá-la na expressão literária. Se vai seguir a lida dos versos somente a calmaria ou turbulência das águas de onde mora serão capazes de rimar a vida deste pequeno grande poeta.

Obs: O autor é poeta e fotógrafo amador. Trabalha na UFOPA / campus de Óbidos.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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