9 – Ser nomeado “Prioridade Absoluta” pela Constituição Federal  (Art 227) é Motivo de Esperança! 

“Ó Deus, concedei a vossa sabedoria aos que governam as nações, para que o vosso conselho ilumine seus corações e seus atos”.  (Ofício das Horas)

Algumas atividades na PAMEN são celebradas com destaque, e merecem  ser comemoradas com festividades. Estas comemorações dão oportunidade para envolver toda a equipe com os meninos e as meninas dos vários cursos, para realizarem um objetivo comum: elaboração da comemoração em conjunto.

O aniversário da PAMEN é comemorado no dia 17 de fevereiro ou no dia mais próximo desta data que favoreça a participação.  Geralmente, na festa do aniversário, acontece a celebração de Missa pelo Bispo Diocesano. É um dia festivo e todos os meninos e meninas da Pastoral Centro e dos Núcleos são convidados, junto com as suas famílias. São realizadas apresentações pelos meninos e meninas do Centro e dos Núcleos, com comida suficiente para 500 ou mais pessoas. A equipe da cozinha é muita criativa e eficiente na preparação de uma merenda e almoço bem saborosas. Depois acontecem os jogos, com muita alegria e muita gente participando.

No dia 16 de junho de 2018  comemoramos os 30 anos que a Diocese reconheceu a PAMEN como Pastoral dentro das Pastorais Sociais Diocesanas. Realmente os primeiros contatos com os menores começaram em 1982. No início, a equipe demorou para conhecer algo sobre este novo tipo de trabalho com menores em situação de rua. Passaram-se seis anos para poderem conseguir uma formação com experiência de organizar seus procedimentos e serem reconhecidos oficialmente pela Diocese.

Uma outra atividade celebrada com destaque é a dramatização da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, apresentada pelo grupo de Teatro sob a coordenação do educador George, e do grupo de dança coordenado pela educadora Karine. Também é envolvido o grupo de música. Esta dramatização envolve mais de 40 crianças, adolescentes e jovens. Este momento de reflexão e oração serve para se pensar na Semana Santa e no sacrifício  que o Senhor Jesus Cristo fez por nós.  Os educadores conseguem criar um ambiente de silêncio e respeito, que caracterizam a dramatização.  É impressionante ver como os atores e a plateia  levam esta apresentação a sério.

Além da Páscoa é também festejado o Natal. Acontece também a dramatização do Natal feita pelos grupos de teatro, dança e música com a ajuda da equipe da carpintaria coordenado por Gean Godinho.. Na celebração de Natal, em colaboração com a Prefeitura de Santarém, conseguimos algumas lembranças para as crianças e os adolescentes da PAMEN Centro e para os Núcleos.

 A Campanha Natal Sem Fome (CNSF) teve início no ano 1996 pela iniciativa do educador de Educação Física da época, Delcler Pedroso. Esta CNSF tem crescido a cada ano em credibilidade e resultados. Em 2017, o Bispo Diocesano, Dom Flávio, incentivou para que a CNSF fosse uma campanha oficial da Diocese, incentivando todas as paróquias a participarem da mesma. Assim, ampliando a campanha, poderia entregar na época de Natal uma cesta básica para cada família pobre nas paróquias, além das famílias da PAMEN.

Nos últimos dois anos foram coletados 20.000 kg de alimentos e distribuídas 1.000 cestas de 20 kg cada. A felicidade destas famílias que recebem as cestas é notável. Todas as famílias da PAMEN tem o direito de receber uma cesta, mas um bom número delas, em vez de ficar com a cesta, deixam de receber estes alimentos para favorecer as famílias ainda mais necessitadas.

A Semana da Criança é bem destacada na PAMEN. Uma semana de atividades de palestras diversas, corte de cabelo, documentação, junto com brincadeiras coordenadas pelo SESI e a equipe da PAMEN.

Uma outra atividade importante desta Semana é a caminhada pelas ruas da cidade, com o objetivo de chamar a atenção sobre o descaso e negligência dos governantes em cuidar bem das nossas crianças e adolescentes, excluídas de muitos benefícios sociais. Além das crianças, adolescentes e dos educadores, alguns pais, e amigos que apoiam o trabalho da PAMEN, também participam.

Não foi fácil convencer as crianças, adolescentes e as suas famílias, da importância desta manifestação em favor dos que sofrem devido o descaso dos governantes. Estes talvez tenham uma noção do sofrimento do povo, mas não visitam os bairros pobres para terem um contato com essa realidade desumana. Não colocam a criança e ao adolescente como Prioridade Absoluta no plano dos seus governos, como determina o artigo Nº 227 da Constituição do Brasil.  A manifestação é pacífica, respeitosa e tem sido uma tentativa para conscientizar a sociedade.

As crianças e adolescentes, com as suas famílias, pouco a pouco, foram entendendo que são pessoas importantes e que merecem uma oportunidade para alcançarem uma vida digna, como qualquer outro cidadão brasileiro.

Conquistamos espaço para desfilar nos festejos da Semana da Pátria. Participamos por alguns anos tendo a oportunidade de demonstrar respeito pela Pátria e chamar a atenção de que fazem parte dela. Infelizmente uma situação complicada nos obrigou a parar a participar  dos desfiles.

Durante um dos desfiles da PAMEN na avenida, nosso pelotão foi invadido por um grupo de universitários que queriam reivindicar certos direitos, mas de forma agressiva. Não queriam dialogar para ver de que forma poderiam fazer suas manifestações juntos conosco. Insistiam em colocar algo desrespeitoso contra as autoridades. Nós não aceitamos. Sem diálogo com o grupo de estudantes e não querendo colocar as crianças em situação de risco, preferimos parar de participar.

Passamos a fazer a nossa Semana da Pátria no Centro da PAMEN, e nos Núcleos, sob a orientação da PAMEN Nacional do Brasil e com o material do “Grito dos Excluídos”. Foi uma forma de sensibilizar as crianças e adolescentes que fazem parte desta categoria de “Excluídos”. Eles não têm acesso à grande parte das riquezas da sociedade brasileira, que são concentradas nas mãos de poucos.

Procuramos adotar o método VER-JULGAR-AGIR como prática social, para entenderem a realidade que vivem. É uma metodologia usada para tentar mostrar que Deus não quer que as pessoas estejam sendo negadas de seus direitos fundamentais. Como o Pai Criador de todos nós, quer ver todos os seus filhos e filhas com condições de uma vida digna.  O “AGIR” poderia ser no contexto da PAMEN ou depois, quando uma oportunidade se apresentasse. Um agir que nós fazemos juntos é: crianças, adolescentes, jovens, educadores da PAMEN e outras entidades, durante a Semana da Criança, por ocasião da caminhada pelas ruas da cidade.

Outra atividade é a festa de Folclore no mês de agosto. A PAMEN Centro e os Núcleos capricham nas apresentações que acontecem na PAMEN Centro. Novamente, a equipe da cozinha prepara comida para mais de 500 pessoas. Elas fazem com muito amor e com excelentes sabores.

No dia 22/03/18, faleceu a Irmã Maria do Rosário Leite Cintra, 82 anos, da Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora. Junto com Dom Luciano Mendes, ela foi uma das pioneiras na fundação da PAMEN. Ela também fundou o Instituto para o Desenvolvimento Integral da Criança e do Adolescente.

Irmã Maria do Rosário foi uma das relatoras do ECA. Durante a Assembleia Nacional Constituinte, nos anos “80”, frequentava as sessões em Brasília para dialogar com os Congressistas sobre a necessidade de garantir os direitos das crianças e dos adolescentes na Constituição Federal.  Obrigado Irmã, e que descanse em paz!

Na semana anterior desta notícia do falecimento da Irmã Maria do Rosário, saiu uma notícia sobre o resultado de um estudo da Fundação Abrinque, mostrando que 40% das crianças entre 0 e 14 anos no Brasil vivem na pobreza, cerca de 17 milhões de crianças e adolescentes.

Obs: Texto retirado do Livro do autor Pastoral do Menor, com a sua autorização.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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