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Todos se deram conta, dada a insistência , que o Papa Francisco se identificou a si mesmo como “Bispo de Roma”.

 Já na noite de sua apresentação diante da multidão na Praça São Pedro, o Papa Francisco se referiu a Bento XVI como “Bispo Emérito de Roma”. Em seguida, de maneira descontraída e confiante, falou para a multidão que o conclave tivera a missão de “escolher um bispo para Roma”, e que desta vez os cardeais foram quase até o fim do mundo para encontrar alguém que assumisse este cargo.

 Interessante que ele não quis usar para si mesmo o nome de “Papa”.  De maneira determinada, insistiu em se apresentar como Bispo de Roma. E a partir desta condição, ele percebia a missão que lhe tinham confiado, de “presidir na caridade a comunhão de todas as Igrejas”.

 Foi salutar esta insistência do novo Papa. De fato, podemos dizer que ele é “Papa”, porque é “Bispo de Roma”.   E como tal, lhe é confiado o ministério que primeiro foi de São Pedro, e continua ligado ao Bispo de Roma em decorrência de um fato bem concreto e singular: foi em Roma que São Pedro morreu e lá foi sepultado. Tanto que a famosa basílica de São Pedro sempre foi entendida a partir da suposição de que ela foi construída para guardar os restos mortais de S. Pedro.

De fato, no lugar onde hoje se encontra a basílica, e a praça que leva o mesmo nome, havia no tempo da antiga Roma um cemitério, onde também foi sepultado São Pedro.

A Igreja sempre entendeu que São Pedro recebeu uma missão muito especial de Cristo, para ser o sinal de unidade de todos os cristãos, e garantia de fidelidade ao seu Evangelho. Pois bem, esta missão é necessária em todos os tempos. Para todos terem certeza, e também tranqüilidade, de saber quem continua hoje a missão de Pedro, a Igreja adotou um critério simples e muito humano: quem é eleito “bispo de Roma” recebe a incumbência de continuar a missão de São Pedro. E a primeira providência do “Bispo de Roma” é incentivar os outros bispos a assumirem com amor e generosidade a função de bispos de suas próprias dioceses. Assim a Igreja continua construindo sua história em cima dos Apóstolos, que Cristo constituiu como “colunas e fundamento de sua Igreja”.  Como “Bispo de Roma”, o Papa partilha com todos os bispos a missão recebida de Cristo, a serviço de sua Igreja. Cada um com sua diocese, os bispos são sinal de unidade e de fidelidade de toda a Igreja. O “Bispo de Roma” em primeiro lugar!

Obs: O autor é Bispo Emérito de Jales.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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