Ina Melo 15 de julho de 2020

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Todos os dias parecem os mesmos. Até quando, os que tiveram muitos ontens e terão poucos amanhãs, irão suportar o silêncio e a frieza dos corpos sem um abraço, sem o riso das crianças, sem as conversas jogadas fora com os amigos e até mesmo as rusgas tão comuns para os que vivem em grupo ou se encontram de vez em quando? Esse isolamento a que estão submetidos os chamados da “faixa de risco” não estará fazendo mais mal do que bem? Claro que todos não estão se sentindo assim. Alguns, podem ser só sem ser solitário, outros preferem a solidão por egoísmo, para não dividir seu espaço e outros por não terem ninguém. Mas a todos era permitido o livre arbítrio de ir e vir para onde e quando quisessem. Agora não! Passou dos 60/70 anos( ora, hoje ser um sessentao, desde que tenha saude fisica e mental, é ser um jovem quase velho. Portanto, com todos os direitos de locomoção assegurados.São tantos os que alcançam às nove décadas com a mente brilhante e muito vigor, as vezes mais do que os meninos de trinta. Se voltarmos no tempo, viver sempre foi uma arte, assim como envelhecer. No Oriente, ser velho era um orgulho para o clã, hoje família. Quem deixou de seguir a sabedoria dos filósofos gregos? Todos mestres na “arte do bem viver”. Acontece que, com a rapidez do progresso, a humanidade deu um enorme passo e o futuro chegou, permitindo que os avós de hoje sejam totalmente diferentes dos de ontem! Primeiro, com a quebra do Patriarcado, quando as mulheres conseguiram ir às faculdades, votar e entrar no mercado de trabalho! Depois com o movimento feminista, dando para elas a liberdade de pensar e agir! Agora haveria de vir esse vírus do mal, cerceando as idas e vindas dos idosos! Num ponto foi bom, para muitos se sentirem amados! Ainda assim, para os outros, que se contentavam em sair de casa para respirar o ar puro das ruas, sentar num banco de praça, e com os olhos perdidos no infinito poder sonhar e respirar o ar da liberdade, essa prisão domiciliar não foi nada boa! Que tudo passe e os que já viveram muito e que ainda não desistiram desse mundo novo e tumultuado, possam voltar a se misturar com crianças, jovens e maduros e assim, ouvindo os seus risos, dividindo as suas alegrias, caminhem com felicidade para a única certeza da vida, que é a morte! 06/020

Obs: Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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