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Nosso texto “Indagações sobre a Fé”, publicado há alguns dias, suscitou interessantes questionamentos.

Inteligente e culto interlocutor, residente em Juazeiro, na Bahia, indagou se a Lógica, com abstração dos dados da Fé, conduziria a inteligência no sentido de aceitar a existência de uma vida após a morte.

O proponente da indagação deixou claro que não desejava argumentos bíblicos, pois estes obviamente socorrem a tese da vida extraterrena.

Tentemos elencar razões que demonstrem ser pertinente a crença na imortalidade, à luz do simples raciocínio dialético:

a) a crença numa vida pós-morte está presente em todas as culturas espalhadas pelo mundo, tanto hoje quanto em tempos pretéritos;

b) no Egito acreditava-se que após a morte física a alma compareceria perante o tribunal de Osíris. A vida terrena seria julgada e a recompensa dos justos seria a vida eterna. O corpo era mumificado e guardado num sarcófago;

c) na Grécia antiga, Pitágoras, Tales de Mileto, Platão e Sócrates comungavam a ideia de alma imortal;

d) Sócrates, à frente do tribunal que o julgou disse: Não tenho outra pretensão senão a de vos persuadir de que cuideis menos de vossos corpos mortais e de vossos bens, e mais de vossas almas; Platão, no diálogo de Fédon, ensinou que a alma imortal era parte da unidade intrínseca ao homem;

e) na Índia, o Hinduísmo e o Budismo afinam na aceitação da tese da imortalidade do espírito;

f) o Islamismo não discrepa dessa visão – depois da morte a alma vai para o Barzakh (barreira), onde aguarda seu último destino;

g) esse dado cultural, presente no Egito, Grécia, Índia, Universo Muçulmano e em muitas outras civilizações, está a assinalar, não um acidente ou um acaso, mas uma constante;

h) a verificação do liame que coloca povos das mais diversas latitudes, em diferentes épocas, atrelados à crença na imortalidade, é um fato comprovado pela pesquisa histórica, dentro de rigorosa metodologia;

i) o ser humano, no reino animal, é o único que deseja a imortalidade como apelo existencial;

j) essa aspiração à imortalidade é uma realidade antropológica que aponta para o destino eterno do homem;

k) pessoas que estiveram em coma profundo, após voltar à plenitude da vida relatam que durante o coma tiveram a visão do eterno, estiveram na ante-sala de um outro mundo. É o que conta, por exemplo, o neurocirurgião Eben Alexander, pesquisador da Universidade de Harvard, em livro que foi resenhado pelo jornal The New York Times (Proof of Heaven).  Seguem a mesma direção os relatos coligidos pelo médico americano  Melvin Morse, publicados no livro “Closer to the Light”, também resenhado no NYT.

Obs: O autor é magistrado aposentado (ES), escritor, professor, palestrante. 
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2197242784380520
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