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Estava aqui a pensar em como é frágil a vida, toda e qualquer vida.
Uma rosa admirada hoje, amanhã pode estar despetalada aos pés do galho.
Quem agora escreve, amanhã pode estar no julgamento do outro plano, sentadinha no banco dos réus.

Um sopro, um engasgo, uma corrente de vento pela proa, um espirro forte, uma veia distendida que se parte, e a gente vai morar em outras paragens, tomara que melhores, com rosas mais vistosas, com almas sem divisão e escaninhos próprios para as qualidades duvidosas.

Talvez seja esta fragilidade que faz a vida tão importante, tão necessária a nossa vaidade.
Cada respirada é como mais uma batalha ganha. Cada dia a mais, ou a menos, é como um troféu para premiar a força e a coragem de sobreviver ao caos diário.

E de lufada em lufada vamos sugando o ar nosso de cada dia, vamos nos esmerando para contornar obstáculos, vencer cada pedaço da estrada, e então finalmente romper a linha de chegada.
E nem nos apercebemos que está linha de chegada é o traço reto, e o traço reto é a morte, baby, é o fim da corrida, a travessia para o nada, ou para o abraço.

Acredito na paz e no encanto do encontro.

E estou caminhando em segurança e tranquilidade para este momento mágico, esta reunião bonita com os que me antecederam na ida,

e que os meus anjos me abram seus braços e me acomodem nas suas asas.

Ziza Rochedo
Sabendo da efemeridade da vida.

Boa noite aos que se sabem mortais e não acumulam bagagem desnecessária.
Boa noite aos que acham que podem escapar da travessia.
E boa noite aos que não pensam nisso, apenas seguem robotizados e tontos, programados por seres que os usam como marionetes; estes herdarão o reino dos zumbis.

Obs: Imagem enviada pela autora