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Se o covid 19 veio da China e invadiu todos os cinco continentes, seus impactos nos nove países da pan Amazônia são muito mais graves. Nesta região com 9 milhões, 944 mil quilômetros quadrados de cobertura florestal, o desmatamento acelerado ~e campo fértil para novos virus e doenças. Na China foi um morcego o transmissor, aqui pode ser qualquer animal da floresta sendo estruída. A Amazônia brasileira ocupa 60,3 por cento das florestas da pan Amazônia, Peru ocupa 11,3%, seguido de Colômbia com 6,24 %. Os outros seis países irmãos ocupam menor porcentagem. Neste imenso subcontinente vivem 33 milhões de pessoas, entre os quais 370 povos originários.
Toda essa riqueza natural está sendo devastada pelo desenvolvimentismo extrativista. Pesquisadores ambientais garantem que nos últimos 20 anos a Amazônia brasileira perdeu 17% de seu território, mais de 200 mil quilômetros quadrados de floresta. Seus assassinos tem sido madeireiros, fazendeiros, mineradores e o agronegócio. Estudiosos ambientais preveem que após a pandemia do coronavirus, poderá surgir outra muito mais violenta, proveniente da Amazônia devastada. Não ê previsão agorenta, mas baseada nos efeitos da destruição da camada florestal. Se na China foi um pobre morcego o transmissor, castigado pela destruição da natureza, na Amazônia pode ser o macaco, o carapanã, ou outro qualquer vivente da floresta.
Nem a pandemia, nem a destruição da floresta dão sinais de interrupção nos próximos meses. Se o corona virus avança por falta de recursos médicos e hospitalares, tanto a pandemia quanto a devastação da floresta avançam por irresponsabilidade do governo brasileiro. O presidente Bolsonaro insiste em desprezar os indicadores dos prejudicados pelo covid 19. Já seu ministro do meio ambiente, estimula os grileiros a invadirem terras públicas para dilapidarem a natureza.
Ao todo, foram identificados 9.901 registros de propriedades cujos limites coincidem com territórios indígenas. Tais restrição de uso, foi para proteção de povos indígenas isolados, com restrição de ingresso e trânsito de terceiros.
Assim está campo aberto para multiplicação de transmissores de doenças e pandemias. Portanto ê grave o presente e mais grave o futuro dos povos da pan Amazônia.
Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.