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Só hoje eu suporto esse transatlântico enviesado e sempre à deriva chamado Brasil.
Só hoje eu carrego esse coronelismo tronxo e teimoso fundido a ferro e fogo no paiol chamado família.
Só hoje eu arrasto essa sombra densa e negra e emponderada travestida de machismo.
Só hoje eu suporto essa mancha que marca a todos na condução da vida, também chamada de destino.
Só hoje eu respiro arrastado nesse escafandro que dizem ser o meu dom.
Só hoje eu arqueio os ombros e arremeto os sonhos numa telinha mágica e senil.
Só hoje eu entrego o vico da vida pra monotonia a fim de resguardar o que ainda me sobrou de sanidade.
Só hoje eu não enlouqueço porque não há mais lugar para alienados.
Obs: O autor é Jornalista e Gestor Cultural.