pt-br.facebook.com/PadreBetoBauru
https://www.youtube.com/padrebeto
Padre Beto oficial (@padre_beto_oficial) – Instagram

O Brooklin é um bairro pobre de Nova York com predominância de negros e latinos. Sal, ítalo-americano, é um cara boa praça, que comanda a pizzaria juntamente com Vito e Pino, seus filhos, além de ser ajudado por Mookie (Spike Lee), um funcionário. Sal decora seu estabelecimento com fotografias de ídolos ítalo-americanos, o que desagrada sua freguesia. No dia mais quente do ano, Buggin’ Out, o ativista local, vai até lá para comer pizza e se desentende com Sal por não existirem negros em sua “Parede da Fama”. Notando que não vê nenhum italiano para proteger Sal, Buggin passa o resto do dia tentando organizar um boicote contra a pizzaria. Este incidente trivial é o ponto de partida para um efeito dominó, que gera vários problemas. Spike Lee expõe a mediocridade humana em fazer das diferenças culturais não uma riqueza, mas um motivo de rivalidade.

A transfiguração de Jesus (Lc 9, 28-36), na verdade, é uma antecipação da ressurreição que Jesus viverá através de sua morte. Nela nós encontramos dois níveis de entendimento. O primeiro é o nível que nos faz compreender o significado da própria ressurreição. Esta é a completude da vida que atingimos através da morte. Na descrição do evangelista encontramos algumas pistas sobre este estado tão difícil de ser compreendido pela razão. Na sua glória, Jesus aparece resplandecente, ou seja, completo, iluminado. Aqui compreendemos que Jesus não ocupa mais um espaço como nós ocupamos. Junto dele estão duas pessoas do passado: Moisés e Elias. Assim, compreendemos também que Jesus está fora da limitação do tempo. A ressurreição não é somente a completude da vida, mas também a libertação das limitações do tempo e do espaço. Nós fomos condicionados a pensar esta dimensão superior muito longe de todos nós. Mas, na verdade, se aqueles que já atingiram a ressurreição não estão condicionados ao tempo e ao espaço, eles podem estar bem perto de nós. A dimensão superior não é o espaço chamado por nós popularmente de “céu”, mas uma dimensão qualitativa que não conseguimos perceber por falta de nossa própria sensibilidade. É por esta razão que, na missa, procuramos nos unir a todos aqueles que estão nesta dimensão superior, a isso chamamos de “comunhão dos santos”, a comunhão daqueles que ainda estão nesta existência com aqueles que já passaram pela ressurreição. O segundo nível de compreensão da transfiguração é uma consequência. Se estamos convictos da nossa ressurreição atingimos um grau elevado de liberdade, de liberdade de transparência. Aqui podemos medir a nossa fé na ressurreição. Paulo faz a distinção entre aqueles que possuem como deus seu estômago e sua glória está no vergonhoso (Fl. 3, 17-4,1) e os que realmente acreditam na ressurreição, ou seja, o cidadão do céu. Quem não acredita na ressurreição quer neste mundo salvar a sua própria pele e ter aqui o seu sucesso. Ele é permeado por um pensamento mesquinho, medíocre e tem a sua glória no vergonhoso, pois se utiliza de artimanhas para atingir o seu sucesso. Ele cria imagens de sua própria pessoa e não consegue ser transparente. Quem está convicto de que é somente um peregrino por este mundo e seu objetivo é a ressurreição, torna-se um cidadão do céu. Este sabe que nada neste mundo é nosso verdadeiramente. Mas, ao mesmo tempo, procura encontrar o sentido de sua passagem por este mundo. O cidadão do céu sabe que o dom da vida deve ser utilizado para melhorar este nosso universo. Ele se esforça em ser elemento de justiça, de fraternidade, de transparência, de veracidade, de amor em todos os ambientes em que frequenta.